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Revelado o projeto do novo estádio do Corinthians

Mentor do projeto é Edgard Soares, conselheiro do clube e irmão do comentarista Juarez Soares

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Por Cosme Rímoli
Atualização:

 Arte/JT  Concepção do novo estádio do Corinthians; Petrobras estaria interessada em investir no projeto SÃO PAULO - O JT teve acesso ao projeto do estádio do Corinthians - todo em negro, com direito a 52 mil torcedores em plena marginal Tietê. O mentor do projeto de R$ 350 milhões é o conselheiro Edgard Soares. Se tudo der certo, começará a ser construído em outubro e a data sonhada para a entrega é 1º de setembro de 2010, quando o clube completará 100 anos. Veja também:  Bate-pronto: Querem que os corintianos esqueçam da Série B  Andrés Sanchez recua e pede 'paciência' para novo estádio "Eu também estou cansado de falsas promessas. É o plano mais viável que eu tenho", confirma o presidente Andrés Sanchez. que foi apresentado ao projeto em dezembro de 2007. Pela quarta vez, Soares apresenta um projeto para o Corinthians. "Todas as vezes anteriores foram bloqueadas por causa da política do clube. Desta vez está sendo levado em conta apenas o lado empresarial. Todos estão interessados com o lucro que o estádio pode trazer. E o clube tem de ter a sua casa", diz Edgard. O conselheiro se ligou à construtora Seebla - faturamento anual de R$ 1,5 bilhão - e à Engesa - faturamento anual de R$ 500 milhões. A Seebla já construiu no Brasil cerca de 10 estádios - entre eles o Mineirão, o Rei Pelé e o Almeidão de João Pessoa - que inspirou o estádio corintiano. "A primeira pergunta que as pessoas fazem é qual o milagre que faz duas empresas comprarem um terreno de 100 mil metros quadrados e construir um estádio para 52 mil pessoas para o Corinthians. A resposta é clara: lucro. Ninguém é bobo." As contas também são simples. As construtoras terão direito às 10 mil cativas e aos 200 camarotes que haverá no estádio. O plano é vender as cativas por 70 parcelas de R$ 300. Nas cativas haverá monitor de computar com direito a Internet.Os 200 camarotes também serão vendidos. E terão o direito por dez anos sobre o nome do estádio. "Não será Andresão, Coringão ou Timão", ironiza o presidente Andrés. "Nós vamos vender o nome do estádio do Corinthians como se faz na Europa. As construtoras têm ligação de décadas com as maiores estatais do Brasil. A maior possibilidade é que se chame Petrobras. Não está certo, mas é o que tem mais chance agora", admite Soares. As construtoras planejam ganhar no mínimo R$ 16 milhões com o aluguel por dez anos. Vão cobrar R$ 1,6 milhão por ano. A previsão é de investir R$ 350 milhões e as construtoras lucrarem perto de R$ 40 milhões por ano, fora todo o marketing que ganharão por terem construído o estádio corintiano. Soares não quis abrir todas as contas - principalmente o preço dos camarotes (que serão caros) e o quanto gastarão no terreno que fica a dois quilômetros do Corinthians. Decisão não pode demorar O lado da modernidade estará presente em uma holografia de três metros com o distintivo em frente ao estádio. Ele ficará aceso durante todas as noites. O requinte será colocar granito negro na entrada do estádio. A intenção é fazer que reflita como se fosse espelho. E ainda uma tela para bloquear o calor e dar a impressão de uma nave espacial negra para quem passa de carro pela marginal Tietê - o terreno fica no lado oposto ao Parque São Jorge. O grande entrave na negociação é que as construtoras avisaram a Andres que precisam exercer o direito de compra do terreno de 100 mil metros quadrados até o dia 22 de fevereiro. "As diretorias das construtoras já avisaram que se não houver a concordância do Corinthians o terreno servirá para a construção de um shopping center. Eles não estão preocupados. Não são corintianos. Eles querem saber de lucro." O conselho nomeado por Andrés e presidido por Heleno Maluf tem o projeto para análise há cerca de um mês. "O meu grande medo é que se perca muito tempo e que o clube não aproveite a oportunidade. As pessoas precisam ter agilidade. Não quero pressionar ninguém. Se não gostarem do projeto, acabou. Mas o que não pode é ficar perdendo tempo e depois que as construtoras construírem um shopping no terreno conselho chegar à conclusão de que o projeto é ótimo", afirma Edgard Soares. Ele mostra ter o apoio de cerca de 40 conselheiros notáveis, de todas as tendências políticas. Edgard foi quatro vezes vice do Corinthians - duas delas com Alberto Dualib. "Por favor, coloque que eu não ganharei um tostão com a aprovação ou não do estádio. Minhas contas podem ser investigadas. O projeto é para o bem do Corinthians."

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