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Ricardinho, uma incógnita no São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

Ricardinho está completando aniversário de um ano no São Paulo, ao mesmo tempo em que luta para deixar de ser uma incógnita, um personagem misterioso. Contratado a peso de ouro do Corinthians, não conseguiu satisfazer a torcida tricolor e, nos últimos dois meses, atuou em apenas uma partida. A equipe, que ficou sem armador depois da saída de Kaká, necessita urgentemente de sua volta, mas o atleta ainda não atuará neste fim de semana, contra o Paysandu. "Quais seriam seus problemas?", perguntam-se os são-paulinos. A contusão na coxa esquerda, que não é tão séria, mas também um certo ?abatimento psicológico?. O jogador, que chegou ao Morumbi por cerca de R$ 5 milhões, tem a receber do clube a quantia de R$ 1,2 milhão - relativa a luvas e direitos de imagem -, que já era para ter sido paga há quase um mês. Sempre que perguntado, esquiva-se do tema. "É problema meu com o clube", diz Ricardinho. Ele vem garantindo, no entanto, que sabe separar as coisas e que esse detalhe não prejudica seu desempenho. Pessoas ligadas a ele, porém, dizem que o problema o preocupa, sim, como confirmou o superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, que também acumula a função de médico. "Ele estava inseguro com algumas coisinhas referentes aos direitos de imagem, mas já conversou com o Juvenal Juvêncio (diretor de futebol do clube) e tudo foi esclarecido, resolvido", disse o dirigente, que preferiu não entrar em mais detalhes. Juvenal Juvêncio chamou o meia para um conversa, pediu-lhe tranqüilidade e garantiu que o clube iria cumprir seus compromissos. O São Paulo vai lhe pagar R$ 1,2 milhão assim que o dinheiro do Milan pela negociação de Kaká for depositado. Os US$ 8,2 milhões devem chegar ao Morumbi no máximo até a próxima semana. Alguns conselheiros se mostram irritados com o longo tempo de ausência do atleta, que não joga desde 27 de julho, quando o time empatou com o Flamengo por 1 a 1, no Maracanã. O próprio Marco Aurélio Cunha imaginava, na ocasião, que o prazo de recuperação fosse um pouco menor, mas explica o porque de tanta demora. "O Ricardinho sente apenas a dor da fibrose na coxa esquerda. Mas ele tem de voltar com qualidade, o trabalho tem de ser feito com qualidade e ele só quer jogar quando estiver realmente bem, não quer retornar e jogar mal." Ricardinho tem consciência de que, com a venda de Kaká, passou a ter responsabilidade dobrada. Será o armador das jogadas, o organizador da equipe. A pressão aumentará, mas, por outro lado, sua motivação também será maior, aposta Marco Aurélio. "Chegou o seu momento, o São Paulo aposta no Ricardinho como grande comandante." Alguns empresários da Inglaterra chegaram a sondar a possibilidade de negociá-lo com um clube da Europa. Mas o valor oferecido foi baixo, de acordo com os dirigentes. Não pagaria o investimento. Até porque o São Paulo teria de dividi-lo com um grupo de empresários que ajudou na contratação e com o próprio jogador, que tem um percentual. Embora o clube se livrasse de seus altos salários - de aproximadamente R$ 160 mil -, o negócio não compensaria. E o elenco não conta com outro meia. Ricardinho, que disputou só 13 dos 28 jogos do Brasileiro, poderá voltar no dia 4, contra o Vasco, pela Sul-Americana, mas é possível que retorne apenas no dia 14, diante do Figueirense. Alívio - O atacante Luís Fabiano, que saiu no segundo tempo do confronto com o Vasco, no domingo, com dores no joelho direito, não preocupa e deve treinar normalmente com o restante do grupo.

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