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Rivais do Brasil na estreia, bolivianos jogam 'em casa' na Copa América

Seleção possui jogadores com passagens pelo País, como o volante Chumacero e o atacante Marcelo Moreno

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Por Gonçalo Junior
Atualização:

A seleção boliviana, adversária do Brasil na estreia na Copa América, sexta-feira, no Morumbi, conta com alguns jogadores que têm ligação estreita com o País. O atacante Marcelo Moreno jogou em diversos clubes, como Flamengo e Cruzeiro; Alejandro Chumacero passou pelo Sport e o goleiro Lampe estava em campo na noite da morte do garoto Kevin Spada, em Oruro, em 2013, na partida entre San Jose e Corinthians, pela Libertadores. 

O atacante Marcelo Moreno participa do treino da Bolívia no CT do São Paulo antes da estreia na Copa América Foto: Marcelo Chello/EFE

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O atacante Marcelo Moreno vai se sentir em casa na Copa América. Filho de um brasileiro e casado com uma brasileira, o atacante de 31 anos chegou a atuar nas categorias de base do País. À época, ele atuava pelo Vitória, antes de optar pela Bolívia. Ele também atuou pelo Grêmio e Flamengo. Sua passagem mais importante foi pelo Cruzeiro, onde foi campeão pelo Brasileirão de 2014. Atualmente, ele está no Shijiazhuang Ever Bright, da China. 

O atacante afirma que a Bolívia vai precisar de uma atuação iluminada. “Vamos enfrentar uma das melhores seleções do mundo. Estamos preparados. Os últimos cinco jogos da seleção boliviana foram bons. Vamos precisar de um dia iluminado”, afirmou. 

Moreno pode se tornar o maior artilheiro da história da seleção boliviana. Para isso, ele precisaria marcar pelo menos vezes três vezes para alcançar Joaquín Botero, com 20 gols. Hoje, ele tem 17. 

O volante Alejandro Chumacero não teve o mesmo sucesso que Marcelo Moreno. Depois de três títulos pelo The Strongest, ele chegou ao Sport com status de grande contratação e assinou um vínculo por cinco anos. A passagem, no entanto, durou apenas cinco meses. Ele não conseguiu se firmar e acabou sendo emprestado novamente para o The Strongest. 

O goleiro Carlos Lampe foi protagonista de um triste episódio envolvendo um clube brasileiro. Na Libertadores de 2013, ele defendia o San Jose de Oruro e esteve em campo na partida diante do Corinthians, quando o torcedor boliviano Kevin Espada faleceu após ter sido atingido por um sinalizador

A Bolívia vive um momento de renovação. Um dos destaques da nova geração é Roberto Carlos Fernandes, batizado em homenagem ao lateral da seleção brasileira. A Copa América será utilizada pela comissão técnica como preparação para as Eliminatórias Sul-Americanas, que começam em março de 2020. “Esses jogadores serão vistos e usados nas Eliminatórias. É um jogo que é uma vitrine”, projetou Marcelo Moreno. 

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Goleiro espera reviver 2017

O goleiro boliviano Carlos Lampe teve uma atuação memorável na partida entre Brasil e Bolívia, disputada em La Paz, em outubro de 2017, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Responsável direto pelo 0 a 0 com 11 defesas – seis delas difíceis –, ele espera repetir a atuação na partida de abertura da Copa América. “Yo peguei tudo”, disse, brincando com a mistura em espanhol e português. “Seguramente foi uma das três melhores atuações da minha carreira”, continuou o goleiro de 32 anos. “Vamos enfrentar um ataque poderoso, de uma seleção que joga em casa e é uma das candidatas ao título da Copa América, mas esperamos segurar a pressão”. 

O goleiro Carlos Lampe concede entrevista no treino da Bolívia no CT do São Paulo Foto: Marcelo Chello/EFE

Na ocasião, Lampe teve sua atuação reconhecida por Neymar e Tite. “Eles me felicitaram e eu agradeci pelo gesto. Agora, vamos nos encontrar de novo e espero que volte a repetir a história”, afirmou o goleiro, que lamentou a ausência de Neymar, cortado por lesão. “O Brasil tem uma infinidade de bons jogadores. Sai Neymar, entra Willian. É a mesma qualidade”. Em duas edições da Copa América, os bolivianos conseguiram frustrar os donos da casa: Peru (2004) e Argentina (2011). Agora, sonham em repetir a façanha no Brasil. 

Ele sabe que o time precisa evoluir. Nos quatro amistosos que disputou em 2019, a equipe soma um empate (Nicarágua) e três derrotas (França, Japão e Coreia do Sul). Lampe afirma que os erros serão corrigidos. “Precisamos ter mais a posse de bola. Não podemos apenas tentar defender”, explicou.

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