PUBLICIDADE

Publicidade

Rivaldo tenta reconquistar a torcida

"Eu sou bastante criticado no Brasil, mas não sei a razão, porque disputei uma boa Copa do Mundo e uma boa Copa América. Espero que as coisas mudem."

Por Agencia Estado
Atualização:

O jogo contra o México, à meia-noite (de Brasília) desta quarta-feira, no estádio Jalisco, é um amistoso e não tem grande importância para a seleção brasileira, além do fato de servir como preparação para as Eliminatórias. Para o meia Rivaldo, porém, significa o início de um árduo caminho para reconquistar o torcedor do Brasil. Rivaldo estréia pelo time nacional em 2001 buscando manter uma regularidade que tem no Barcelona e que lhe rendeu muita fama na Espanha, dinheiro e o título de melhor do mundo, em eleição promovida pela Fifa, na temporada 1999-2000. Um trauma, porém, o jogador carrega nas costas. Embora tenha feito boas atuações pela seleção, ainda não conseguiu satisfazer o torcedor brasileiro. "Eu sou bastante criticado no Brasil, mas não sei a razão, porque disputei uma boa Copa do Mundo e uma boa Copa América. Espero que as coisas mudem." O torcedor não perdoa Rivaldo e cobra como se ele fosse o grande responsável por alguns insucessos em 2000. No último jogo do ano passado, no Morumbi, contra a Colômbia, na estréia do técnico Leão no comando do Brasil, o jogador do Barcelona saiu de campo hostilizado pelos paulistas. Chegou a dizer que abandonaria a seleção, mas, depois de pensar com mais calma, afirmou que havia dado aquelas declarações num momento de nervosismo. "Fiquei triste, ninguém gostaria de passar por uma situação como aquela", desabafou. "Mas faz parte do futebol. O Leão também foi chamado de burro em seu primeiro jogo como técnico da equipe." Rivaldo alega ser muito mais difícil jogar na seleção que no Barcelona, por causa da falta de entrosamento e de tempo para treinar. Por isso, pede que os brasileiros tenham mais paciência e não critiquem tanto. Depois de ter um descanso de mais de três meses da seleção, o jogador se apresentou a Leão, na noite de domingo, muito motivado. No coletivo de segunda-feira, marcou um golaço. Acertou um chute de fora da área, sem chances para o goleiro Bosco, e arrancou aplausos de centenas de torcedores que estavam no estádio Jalisco. O craque brasileiro do Barcelona não pode nem pensar em sair nas ruas de Guadalajara. É idolatrado pelo povo mexicano. Quando aparece no saguão do hotel por alguns segundos, reúne dezenas de torcedores que o assediam em busca de autógrafos. O meia é um dos titulares absolutos da seleção e está garantido na Copa América e no Mundial de 2002. Precisa, agora, recuperar a confiança do torcedor. Hoje à noite, ele retorna ao local onde marcou o primeiro gol com a camisa verde e amarela. Foi em 1993, num amistoso contra o México, no Jalisco. Crise - Os problemas de Rivaldo com o torcedor brasileiro são inexpressivos se comparados à crise mexicana. A equipe vive um dos momentos mais difíceis dos últimos anos. Não consegue vencer há seis jogos - perdeu cinco e empatou um - e vem sendo muito criticada pela imprensa e pela torcida. Se a seleção voltar a decepcionar contra o Brasil, o técnico Enrique Meza corre o risco de ser demitido. O México não contará com seu principal jogador, o atacante Luis Hernández, que não se recuperou de uma contusão na coxa esquerda. Fora de campo, a bagunça também é grande. Com inveja dos brasileiros, os mexicanos fizeram uma verdadeira "virada de mesa" no campeonato nacional.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.