Rivalidade vale mais do que taça da Recopa para Corinthians e São Paulo

Título e prêmio de US$ 100 mil, em jogo no Pacaembu, têm pouco valor diante da acirrada disputa

PUBLICIDADE

Por FERNANDO FARO E VÍTOR MARQUES
Atualização:

SÃO PAULO - O clássico entre Corinthians e São Paulo deu tanto peso à Recopa que o jogo desta quarta-feira, no Pacaembu, às 21h50, vale mais do que o título em si e a pífia premiação de US$ 100 mil (R$ 225 mil) para o campeão do torneio.Primeiro pela rivalidade, aflorada pelos caminhos opostos que trilharam as equipes nos últimos anos. Desde que emergiu do fosso da Série B, o Corinthians tem sido bem-sucedido na maioria dos confrontos contra o São Paulo. Além disso, foi campeão da Libertadores e do Mundial e nesta quarta pode dar um outro passo rumo à tal "internacionalização" que o clube tanto desejava, algo que o São Paulo havia conquistado no início dos anos 90."Ao longo da história, só sete equipes conquistaram esta sequência de títulos, Libertadores, Mundial e Recopa. O São Paulo fez isso em 92, é um feito extraordinário. E queremos fazer agora", afirmou Tite.A sequência de vitórias dá ao Corinthians uma certa tranquilidade e seu momento é melhor, apesar da derrota de domingo, pelo Brasileiro, para os reservas do Atlético-MG. E o time, que vai jogar em casa, com o estádio cheio, ainda pode empatar para ser campeão, graças à vitória no jogo de ida por 2 a 1, no Morumbi. O gol fora de casa não é critério de desempate. Se o São Paulo vencer por 1 a 0, haverá prorrogação e, se preciso, pênaltis.Tite disse que gostaria de vencer o jogo no tempo normal. Por isso, ele mudou a equipe. O técnico confirmou o retorno de Danilo e Emerson Sheik, sacando Alexandre Pato.No São Paulo, a realidade é dura e cruel. Ou vence o Corinthians e fatura o título da Recopa ou a panela de pressão que virou o Morumbi tende a explodir, com consequências difíceis de serem medidas. Já são oito partidas sem vitória, com um futebol incapaz de agradar até a quem não tem um padrão muito exigente. Ney Franco sucumbiu à crise e foi substituído por Paulo Autuori, que estreou com derrota e percebeu que terá uma missão dura para colocar o time nos trilhos.Ele espera uma equipe mais aguerrida mesmo no momento de adversidade e entoa o mantra de que o Tricolor precisa ser competitivo durante os 90 minutos. Mas mudar a atitude apenas não basta, o time tem deixado seus torcedores de cabelo em pé pelos erros crassos de posicionamento no sistema defensivo. Contra o Vitória, por exemplo, levou um gol num contra-ataque quando vencia o jogo. E Rogério Ceni tem dado sinais claros de irritação com a postura de alguns companheiros, o que ajuda a expor o ambiente conturbado que cerca o clube."É o momento de nos fecharmos e tentarmos resolver, perguntar um para o outro o que está acontecendo. Precisamos dialogar, não adianta um botar a culpa no outro, isso não leva a lugar nenhum", disse Denilson, que volta ao time para formar dupla com Wellington na marcação no meio de campo. Luis Fabiano e Rafael Toloi também estão à disposição de Autuori, que não deve fazer alterações muito profundas. Jadson participou do último treino e tem boas chances de jogar.Apesar de tudo parecer jogar contra o São Paulo, o grupo acredita que sair do Pacaembu com o troféu enterrará a péssima fase. E, por isso, promete ter ânimo revigorado para encarar o rival. Nem mesmo a necessidade de vencer para levar o duelo para a prorrogação parece ser um problema. "Se vencermos vai mudar muita coisa, vamos trazer a torcida para o nosso lado, a confiança ressurge, ainda mais se vencermos um rival. É tudo o que queremos", disse Osvaldo.CORINTHIANS X SÃO PAULOCORINTHIANS - Cássio; Edenílson, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Guilherme e Danilo; Romarinho, Guerrero e Emerson Sheik. Técnico: Tite.SÃO PAULO - Rogério Ceni; Douglas, Rafael Toloi, Lúcio e Juan; Wellington, Denilson, Jadson e Ganso; Osvaldo e Luis Fabiano. Técnico: Paulo Autuori.Árbitro - Paulo César de Oliveira (SP); Horário - 21h50; TV - Globo e FX; Local - Pacaembu, em São Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.