Publicidade

Rivellino vê Brasil em evolução, mas critica início da seleção na Copa

Rivellino fala sobre as impressões e expectativas deixadas até agora pelo grupo de Tite

PUBLICIDADE

Por Daniel Batista
Atualização:

Um dos protagonistas da conquista do tricampeonato mundial em 1970, Rivellino vê evolução na seleção brasileira, mas não poupa críticas ao trabalho do técnico Tite, principalmente pelo desempenho da equipe no jogo contra a Suíça, na estreia da Copa do Mundo. Polêmico, o ex-jogador, em entrevista exclusiva ao Estado, pediu maior participação de alguns jogadores e a presença de Douglas Costa (machucado) e Fagner como titulares.

+ 'A seleção brasileira ainda não jogou', critica Luizão

+ 'Neymar sabe bem o que ele representa', afirma Juninho Paulista

PUBLICIDADE

+ Leão analisa Brasil na Copa: 'Sustos vieram para correções serem feitas'

O que você achou da atuação do Brasil contra a Costa Rica?

O primeiro tempo foi sofrível. O time melhorou com a entrada do Douglas Costa, mas achei a mexida errada. Pelo jogo, deveria sair o Paulinho, já que não havia movimentação no meio de campo e o Paulinho tem como ponto forte a infiltração. Se você não consegue tocar a bola, como vai infiltrar? Ele era um peso morto. Era mais fácil colocar o Douglas Costa no lugar dele.

Rivellino. Foto: André Lessa/Estadão

O time não correria o risco de ficar exposto demais?

Publicidade

Não, e acho até que o Douglas deveria ser o titular desde o início. É só puxar o William para dentro, já que ele não rende pela ponta. Só ver como ele joga no Chelsea. O Tite ainda demorou para colocar o Firmino e mexeu errado outra vez. Colocar o Firmino para jogar com o Gabriel faz um matar o espaço do outro. Precisávamos de movimentação para dar espaço aos homens do meio de campo e isso não deu tão certo.

O que viu de diferença entre os dois jogos da seleção?

Eu gostei do segundo tempo contra a Costa Rica. O Brasil teve atitude, quis ganhar o jogo e, nesse aspecto, devemos dar os parabéns pela vontade e procura pelo gol o tempo todo.

PUBLICIDADE

Gostou da atuação do Neymar?

Nesta partida, eu gostei. Ele tocou mais a bola, não ficou segurando tanto e isso facilitou o jogo para todo mundo do time. Ele ainda não é aquele Neymar que a gente conhece, entretanto, já dá para perceber que está ganhando intensidade e pode voltar a ser aquele Neymar. Ele deve evoluir cada dia mais em termos de toque de bola e ritmo de jogo.

Sentiu a seleção mais pressionada após o empate na estreia?

O primeiro jogo era importante ganhar para dar confiança. Iniciar uma Copa com os três pontos dá maior tranquilidade. Se o Brasil empatasse com a Costa Rica, ia ter de entrar desesperado contra a Sérvia, precisando da vitória de qualquer jeito, o que aumentaria a cobrança e a pressão. A expectativa que a gente tinha sobre a seleção era muito grande e foi criada por ela mesma. A gente via um time evoluindo e jogando um bom futebol e esperava ver isso na Copa. Só não acho que o problema seja pressão. Esses caras estão acostumados com isso. Muitos deles já jogaram Copa do Mundo, inclusive.

Publicidade

Como vê o trabalho do Tite?

Na estreia do Brasil foi a primeira vez que vi um time do Tite desorganizado. Ele sentiu muito mais o jogo do que os atletas. Até para pensar em mudanças táticas ele não foi bem. Contra a Costa Rica já deu para vê-lo mais solto, vibrando, como estamos acostumados a vê-lo no gramado.

Entre erros e acertos, consegue confiar no time brasileiro?

O confronto com a Costa Rica era a gota d’água. A vitória era fundamental para dar confiança daqui para frente. Isso fará o time ser campeão? É uma das favoritas, mas precisa melhorar muito ainda. O Paulinho precisa aparecer mais. O Gabriel Jesus também. O Fagner eu gostei bastante e prefiro ele ao Danilo.

Quais suas seleções favoritas?

Por incrível que pareça, a Rússia é um time que chama a atenção. A Bélgica é uma seleção interessante também. A França, embora seja um time jovem, também merece ser observada. E gosto também da Espanha. Na verdade mesmo, é uma Copa em que o índice técnico é muito baixo. A gente vê várias seleções jogando por uma bola, como o Brasil tem feito. Falta criatividade.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.