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Robinho: dia de pagar a última dívida

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Por Agencia Estado
Atualização:

A última partida de Robinho com a camisa do Santos acontece logo mais, às 21h45, em Belém, contra o Paysandu. Depois, o craque estará liberado para viajar e se transformar em ?galáctico? verdadeiro e se incorporar ao Real Madrid, clube que pagou US$ 30 milhões ao Santos por sua liberação. ?O futebol brasileiro ficará mais triste?, declarou Pelé. Emoção e diversão dominaram os preparativos para a despedida. Tudo começou com uma festa organizada pelo empresário Wagner Ribeiro, que invadiu a madrugada de ontem, no Cafe de la Musique, no Itaim. Bem na frente da refinada e caríssima danceteria de Álvaro Garnero, onde estacionavam imponentes carros importados, ficou parado um velho ônibus da Torcida Jovem, preocupando os seguranças da boate. Por três horas, cerca de cem torcedores uniformizados esperaram ansiosos o ídolo, queriam entregar-lhe uma placa de agradecimento pelo que fez pelo clube nos três anos em que esteve no time titular. Ninguém saiu decepcionado. Sorridente, Robinho fez questão, não só de receber o grupo, como tocou pandeiro com os torcedores e distribuiu abraços, autógrafos e prometeu voltar ao clube. Vários santistas, com físico de halterofilistas, choravam como crianças abraçados ao jogador. A sensação de perda era evidente. Acabou o ressentimento da torcida. Robinho declarou: ?Não agüento mais esse clima de despedida. Sei que estou dando um passo enorme na minha carreira, só que está sendo duro, triste sair do Santos. É duro dizer adeus ao time que me projetou para o mundo.? Para acabar com o clima de velório, Robinho pegou uma cuíca e ficou sambando e cantando na rua com os entusiasmados torcedores santistas. Depois, mais lágrimas esperavam por ele. Robinho levou a sua turma de seis amigos da infância para a boate. ?Quando começaram a conversar sobre a chance cada vez mais difícil de se encontrarem, porque o Robinho iria para a Espanha, todos começaram a chorar e a se abraçar. São amigos desde meninos. Foi muito emocionante. As pessoas não param para pensar na mudança radical que está acontecendo na vida dele?, lembrou, emocionado, o empresário Wagner Ribeiro. Depois de muita bebida e funk, os amigos começaram a cantar em voz alta. ?Quem quer ir para Madri levanta a mão... quem quer ir para Madri levanta a mão?, gritavam, dançando com as duas mãos para o alto. Robinho olhava sorrindo. Ele já prometeu aos mais próximos que os levará ?de vez em quando? para a Espanha. Carlos Alberto, do Corinthians, foi o único atleta profissional a ir à festa de despedida de Robinho. ?Eu o conheço desde as seleções brasileiras de base. Sou amigo mesmo; e fiz questão de dar o último abraço nele?, afirmou o meia corintiano, que estava vestido como um rapper americano. Robinho queria ficar isolado na área vip da boate, mas, com o passar do tempo, ele foi se animando. Fernando Scherer, Chiquinho Scarpa, Caroline Bittencourt, Narcisa Tamborindeguy fizeram fila para abraçá-lo. Robinho deu atenção a quem conseguiu chegar perto. Posou para inúmeras fotos tiradas de celulares. O jogador saiu por volta das 4 horas da boate. Depois de cinco horas, chegava ao aeroporto de Cumbica. Foi cercado por cerca de 50 torcedores e 22 jornalistas, que o esperavam para o embarque para Belém. Cansado, foi direto. ?Está sendo triste saber que estou indo para o meu último jogo pelo Santos. Nem parece verdade. Eu só sei que não vou dar a minha camisa para ninguém, ninguém. Essa ficará comigo para sempre. Vou ser eterno devedor ao Santos.?

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