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Robinho: Fifa vai ficar de fora

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Por Agencia Estado
Atualização:

A disputa entre Real Madrid e Santos por Robinho está na iminência de se transformar numa batalha judicial, porque tanto o clube como o staff do jogador estudam a possibilidade de recorrer à Fifa. Mas segundo o advogado Breno Tannuri, especialista em legislação esportiva, o Santos não tem o que temer se Robinho tentar buscar sua liberdade na entidade que dirige o futebol. "Tenho lido e ouvido que o Robinho pensa em ir à Fifa para ter o direito de se transferir. Isso é bobagem, esse tipo de caso não é nem analisado pela Fifa." Tannuri afirma que o litígio entre Robinho e o Santos deve ser resolvido no Brasil. "O caso envolve um jogador brasileiro, um clube brasileiro e um contrato celebrado no Brasil. Se a Fifa for procurada, vai dizer que não se mete nisso. Só há dois canais para essa questão ser resolvida: a Justiça do Trabalho do Brasil e a Câmara de Litígios da CBF. A Fifa só analisa questões internacionais." Caso Robinho rescinda unilateralmente seu contrato e vá para Madri, não escapará de uma punição. "Um jogador do Prudentópolis chamado Cristian Henning fez isso para ir jogar no Frankfurt. A Fifa o suspendeu por quatro meses e o condenou a pagar uma multa de US$ 300 mil (R$ 720 mil)", conta. "A Fifa analisa os documentos. E o documento que existe é o contrato ligando o Robinho ao Santos até 2008. E se tem uma coisa que a Fifa odeia é rescisão unilateral. O Ortega fez isso na Turquia e ficou um ano sem poder jogar. O Santos está bem seguro, porque há uma clásula que estabelece a multa de US$ 50 milhões (R$ 120 milhões) para a quebra de contrato." O advogado, que é parceiro do ex-secretário geral da Fifa Michel Zen Ruffinen, também não vê chance de Robinho ser bem-sucedido alegando falta de segurança para viver no Brasil. "A temporada está em andamento e ele tem contrato em vigor. A Fifa não prejudicaria o time no meio do campeonato." O órgão da Fifa que analisa conflitos internacionais entre jogadores e clubes é o Tribunal de Disputas, que é formado por 20 membros - 10 representantes dos clubes e 10 dos jogadores. Paulo Rogério Amoretty, ex-presidente do Internacional, integra o quadro do tribunal. As decisões admitem recursos, que são levados à CAS (Corte de Arbitragem do Esporte), que tem sede em Lausanne (SUI) e analisa questões relativas a todas as modalidades esportivas.

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