Os jogadores do São Paulo respeitam, admiram, mas não têm nenhum medo de Robinho, que enfrentarão neste domingo no estádio da Vila Belmiro, pela Copa Sul-Americana. "Ele é bom, está em boa fase, mas não me preocupo mais do que o normal. Não dá para ter medo de ninguém", diz o lateral Júnior, que voltou ao Brasil há um mês, depois de quatro anos na Itália. O mal-estar, quase irritação de Júnior com a pergunta, é grande. Deixa claro que não vai mudar de vida apenas para marcar Robinho. "Marquei grandes atacantes na Itália também. O Robinho tem qualidades, mas eu não posso ficar me preocupando muito, não vou mudar de jeito. Tenho de atacar também, não vou desistir disso." Se é um problema para todos, Robinho é um problema especial para Alex, que será o seu marcador. E ele só tem elogios ao rival. "É o jogador mais habilidoso do Brasil, leve, arisco e inteligente, mas não dá para ter medo de nenhum jogador de futebol. Cautela é outra coisa, até acho bom ter alguém na cobertura para o caso de ele escapar", explica Alex. Pode até haver uma sobra, mas a "sombra" será Alex, como Rodrigo explica. "O Robinho joga mais pela esquerda do ataque e o Alex é o responsável. Se o Robinho recuar, o Alex vai atrás, seja aonde for." A "sobra" é Lugano, que se diz admirador de Robinho, ou Alê, que tem outra incumbência: cuidar de Ricardinho, assim como já cuidou de Petkovic e Sorín em outras partidas. Sim, porque, apesar do discurso aguerrido, de quem não teme Robinho e mesmo o Santos, o São Paulo será muito cauteloso na Vila. A ordem veio de Leão. "Ele explicou que o jogo é de 180 minutos e que a gente pode decidir no Morumbi, não podemos perder a chance de fazer isso", diz Alex, que faz o seu primeiro clássico paulista, no quinto jogo pelo clube. Ele se mantém no time porque Fabão está suspenso pela expulsão contra o São Caetano. Alex jogará aberto, pela direita, com Lugano atuando na sobra. A opção pela cautela é confirmada por Leão. "Riscos não foram feitos para serem corridos de forma desnecessária. Vamos jogar da mesma maneira que atuamos contra o São Caetano. Lutando, atacando, mas sem riscos. Podemos decidir a vaga no Morumbi." O melhor retrospecto do Santos nos últimos jogos não dá ao time da Vila Belmiro o status de favorito (venceu os últimos três jogos). Pelo menos, na avaliação de Rodrigo. "Em clássicos, o retrospecto não vale muito. O Santos não tem mais time que o São Paulo. Pode ter um ou outro jogador de mais nome, mas a vontade vale muito. E não vejo nenhum time com mais vontade de vencer do que o nosso", diz o zagueiro. Titular do São Paulo e com rendimento ascendente, Rodrigo não considera o jogo contra o ataque mais poderoso do Brasileiro - 78 gols em 35 jogos - como o primeiro teste real para a defesa do São Paulo - 33 gols em 35 jogos. "Nada disso. Nós estamos jogando bem o ano inteiro e a defesa está aprovada. Mesmo se a gente levar três ou quatro gols, continuamos com uma média muito boa", analisa. "O rendimento do ano todo não pode ser trocado pelo de uma única partida", completa.