PUBLICIDADE

Publicidade

Robinho: parte dos agentes é maior

Por Agencia Estado
Atualização:

Os procuradores de Robinho têm direito a 70% do valor que couber ao atacante quando for vendido. É o que comprova o contrato firmado entre o craque e seus representantes em 1º de abril de 2002 - o acordo era válido por 24 meses, com um adendo (chamado de "side letter) que garantia a renovação automática por mais 24, o que significa que Wagner Ribeiro, Juan Figer e Marcel Figer representam o jogador até 1º de abril de 2006. Se Robinho for vendido por US$ 30 milhões (R$ 72 milhões), por exemplo, seus 40% equivaleriam a R$ 28,8 milhões. Dessa bolada, os representantes ficariam com R$ 20,1 milhões e ele embolsaria R$ 8,7 milhões. O contrato foi assinado pelos três procuradores, por Robinho e por seus pais, Gilvan e Marina. O documento foi registrado no 21º Tabelião de Notas de São Paulo, no centro da cidade. Na negociação entre Santos e Real Madrid, Juan Figer encontra-se na posição de trabalhar para os dois lados. Ele representa Robinho e, como disse em entrevista ao JT semana passada, fala em nome do clube espanhol. Por um lado, tem que procurar um preço que agrade ao clube. E por outro, quanto mais o Real Madrid pagar pela transferência, maior será sua comissão. O item 7.1 do contrato é o que trata da divisão do dinheiro em casa de venda de Robinho. Diz o texto: "Em contrapartida ao trabalho de agenciamento objeto deste contrato, os representantes terão direito a uma remuneração equivalente a 70% (setenta por cento) sobre o valor da cessão dos direitos federativos e financeiros do jogador..." No item seguinte, fica estabelecido que os representantes receberão 10% sobre "ganhos extraordinários auferidos pelo jogador", o que exclui luvas, direitos federativos e financeiros e gratificações (bichos). O item 7.3 determina que os representantes receberão sua participação "simultaneamente ao representado". Mas permite negociar outra forma de pagamento de comum acordo com o jogador. Multa por desobediência é de R$ 500 mil Pelo contrato, Robinho também cedeu aos três agentes a exclusividade de exploração de seus direitos de imagem no Brasil e no Exterior. Isso é tratado no item 5.1. No capítulo das Disposições Gerais, o item 10.2 determina que Robinho deverá pagar aos representantes "a multa estipulada na cláusula penal" caso assine contrato com qualquer clube "sem expressa anuência" dos representantes. A cláusula penal, estabelecida no item 8.1, é de R$ 500 mil, valor que deverá ser pago pela parte que infringir qualquer cláusula do contrato. Caso o contrato seja firmado com um clube estrangeiro, o valor será convertido para a moeda do país a que pertencer o clube. Na data da assinatura do contrato, Robinho estava longe de ser a estrela que é hoje. Ele tinha 18 anos, ainda não era nem titular absoluto do Santos e morava com seus pais no modesto apartamento do Parque Bitaru, em São Vicente. Pelo acordo, passou a receber de seus agentes uma ajuda de custo (definida no contrato como "bolsa-auxílio") no valor de R$ 3 mil por mês a serem pagos sempre no dia 15. Na época, era um reforço e tanto para seu salário de jogador recém-chegado ao time principal. De lá para cá, Robinho ganhou dois títulos brasileiros, foi vice numa Libertadores, virou titular da Seleção e nos próximos dias pode se transformar no novo "galáctico" do Real Madrid.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.