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Rogério Ceni é a aposta do São Paulo

Por Agencia Estado
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Uma das máximas do futebol é a de que a melhor defesa é o ataque. Mas o dito não vale no São Paulo, que tem no goleiro Rogério Ceni, seu principal "defensor" um dos artilheiros da equipe na temporada - já marcou 12, mesma marca do atacante Luizão. No empate por 2 a 2 com o Paysandu, domingo, em Belém, sua habitual precisão na cobrança de faltas foi fundamental para o resultado. E diante do Tigres, quarta-feira, em Monterrey, Copa Taça Libertadores, pode voltar a fazer diferença. "O segredo é o treinamento, a repetição e a sorte", repete Rogério, questionado sobre sua habilidade nas bolas paradas. "Para mim, os gols contam, mas vale mais o São Paulo vencer." Mesmo nos treinamentos, é impressionante a precisão do goleiro-artilheiro, que soma 51 gols na carreira (contando os marcados em séries decisivas de pênaltis). Sábado, em Belém, no último trabalho do São Paulo antes de enfrentar o Paysandu, Rogério bateu 12 faltas. Só desperdiçou duas. "E todo treino de faltas é desse jeito", conta o meia Marco Antônio. "Ele não está perdendo quase nenhuma. Isso é fruto do seu trabalho." A insistência tem dado excelentes resultados. No primeiro duelo pelas quartas-de-final da Libertadores, contra o Tigres, o jogo estava difícil até Rogério Ceni marcar o primeiro gol. Em nova cobrança, no segundo tempo, praticamente decidiu o resultado no Morumbi - os 4 a 0 deixaram a equipe bem perto das semifinais. E no último domingo, num chute certeiro, inaugurou o placar diante do Paysandu, depois de o time ter criado (e desperdiçado) algumas chances de gols. "O Rogério realmente tem sido decisivo a nosso favor, porque as bolas paradas fazem muita diferença, atualmente, no futebol", comenta Marco Antônio. ESTRATÉGIA - Uma das virtudes do São Paulo na temporada tem sido utilizar essa arma mortal a seu favor. Não chega a ser uma estratégia premeditada, mas meias e atacantes sabem que uma falta cavada perto da área é uma excelente chance de gol. "Quando o jogo está muito difícil, amarrado, é um recurso que podemos utilizar para conquistar a vitória", diz Marco Antônio. A idéia ficou bem clara no jogo do último domingo. Nas três vezes em que foi cobrar uma falta perto da área, os torcedores do Paysandu presentes ao estádio do Mangueirão ficaram tensos, em silêncio. Na primeira batida, Alexandre Fávaro não alcançou e foi buscar a bola nas redes. Nas duas cobranças seguintes, a torcida comemorou como se fosse um gol do time da casa quando o chute de Rogério parou na barreira. "Só bato porque tenho confiança", diz o goleiro. "Mas a artilharia é algo momentâneo, meu objetivo principal é a conquista da Libertadores", pondera. "Só dessa forma vou entrar de vez na história do São Paulo." Longe de despertar inveja, os homens de frente da equipe até agradecem ao goleiro-artilheiro. "O Rogério é fundamental para a gente", resume o atacante Luizão, que festeja os gols do companheiro como se fossem seus. "Não tenho nenhum problema com isso. Para mim, não importa quem faça os gols, e sim, que o São Paulo continue vencendo."

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