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Ronaldinho Gaúcho une duas torcidas

Por Agencia Estado
Atualização:

Ronaldinho Gaúcho conseguiu o que parecia impossível em Porto Alegre: unir gremistas e colorados. Ao final da partida, o atacante pôde constatar o quanto é querido em sua terra, independentemente de seu passado como atacante do Tricolor. Boa parte dos torcedores que estiveram no Beira-Rio reverenciou o jogador, com aplausos e respeito. Entre eles também estavam os torcedores do Inter. O desempenho de Ronaldinho foi compatível com o status de melhor do mundo. Ao lado de Robinho e Kaká, comandou o show brasileiro. E não só pelos dois gols de pênalti, separados por nove minutos, aos 32 e aos 41 do primeiro tempo. Tão preciso quanto as cobranças foi o toque de bola vistoso do craque. Ronaldinho encantou em quase todas as jogadas. Fez arte da melhor qualidade. Até no finzinho, quando a vitória sobre o Paraguai estava garantida, e o time rolava a bola de um lado para outro, ele fez a diferença, com a já conhecida habilidade. Sem humilhar o adversário, Ronaldinho levantou a galera a cada toque mágico na bola. No final, feliz com o reconhecimento, falou como gaúcho autêntico, sem levar em conta as cores dos dois clubes mais tradicionais do Estado. "É muito bom dar alegria ao povo da minha terra, mas o que me deixa mais feliz é a vitória da Seleção. O povo brasileiro está alegre", sintetizou o atacante. Óbvio que voltar a jogar em Porto Alegre depois de tanto tempo provocou ansiedade. A expectativa maior do atacante era pelo reencontro com a torcida gremista, e não a do arquiinimigo Inter. Na véspera, alguns torcedores de seu ex-clube confirmaram um certo ressentimento pela forma como o meia deixou a equipe em 2001. Ronaldinho trocou o Grêmio pelo Paris-Saint Germain quase na marra, usando a Justiça. A "briga" gerou estragos na relação entre jogador e clube, que só agora vem sendo restabelecida, aos poucos. Por tudo isso, para Ronaldinho, o jogo de ontem, contra os paraguaios, tinha o gostinho de uma decisão. Um tropeço da Seleção ou uma atuação apagada do atacante poderiam comprometer a tarde. Felizmente, deu tudo certo em casa. "Para mim, era isso que faltava. Voltar aqui e jogar dessa forma", comemorou o atacante. Antes de deixar o Beira-Rio, Ronaldinho fez questão de completar uma reverência a Belletti, companheiro de Barcelona. O lateral, vaiado pela torcida no Beira-Rio, ganhou um abraço do craque após a cobrança do primeiro pênalti. "A gente sempre esteve fechado. O Belletti é um jogador que corre por mim no Barcelona. E é lógico que eu tenho de reconhece isso publicamente. Estamos juntos. Somos amigos." O lateral, suspenso pelos amarelos, foi dispensado da partida em Buenos Aires, na quarta-feira. Cafu, o titular, já voltaria em seu lugar. Quem também não seguiu com a delegação para a Argentina foi o beque Lúcio, expulso ontem. Ele também foi liberado por Parreira. Para completar a boa passagem pelo Sul do País, Ronaldinho só espera carimbar o passaporte para a Copa da Alemanha. Isso pode acontecer com uma vitória sobre a Argentina, na quarta-feira. "Esse é o jogo que vai definir tudo."

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