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Ronaldinho ofusca seleção na Granja

Por Agencia Estado
Atualização:

O técnico Luiz Felipe Scolari acertou ao convidar o atacante Ronaldo para passar uns dias na Granja Comary. A visita motivou os moradores de Teresópolis - mais de 300 pessoas foram à tarde ao centro de treinamento para tentar ver o craque da Inter de Milão. Ronaldo chegou ao local como nos grandes tempos. Dirigia um Audi prata e foi cercado por uma pequena multidão de fotógrafos e cinegrafistas. Até o pessoal que cuida da segurança da Granja Comary abandonou o posto de trabalho para chegar mais perto do jogador. A idéia de Ronaldo era permanecer em Teresópolis e treinar com o grupo convocado para a partida com o Uruguai. Mas houve um veto da direção do clube italiano. Afastado do futebol desde abril de 2000, por causa de uma grave lesão no joelho direito, Ronaldo comentou o quanto gostaria de se ver reintegrado à seleção. "Tenho muita saudade disso tudo aqui." A comissão técnica havia reservado um quarto na concentração para Ronaldo, que ficaria sozinho, com direito a um despertar livre, sem nenhuma obrigação de seguir os horários dos demais atletas. O jogador estava tão animado com a possibilidade que chegou a pedir autorização à mulher, Milene, para ficar um período longe de casa. No caminho para a Granja Comary, no final da manhã, Ronaldo conversou por telefone com Scolari, que deixara a concentração pouco antes e seguia para São Paulo. Os dois se cruzaram na descida da serra de Teresópolis e acabaram batendo papo no acostamento da estrada. Foi o primeiro contato direto de Ronaldo com o novo treinador da seleção. Scolari reforçou a idéia de que conta com ele para a Copa do Mundo e reiterou o outro convite, o de que o jogador viaje com o grupo a fim de assistir à partida com o Uruguai, em Montevidéu. "Eu parei o carro na contramão, mas foi bem rápido." Uma das perguntas de Scolari foi a respeito de sua maneira de jogar na Inter. Na Granja, Ronaldo almoçou com seus colegas e depois foi até o quarto de Romário e Euller. Acordou os dois. "Isso não é hora de dormir", brincou. Disputou três partidas de tênis de mesa com Dida - ganhou apenas uma - e depois desceu para conceder entrevista coletiva. Houve muita correria e novo atropelo. Foi quando Ronaldo disse que estará de volta ao futebol num amistoso em agosto, entre a Inter e a Juventus, num jogo beneficente para uma campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a fome. Enquanto Ronaldo era assediado, Romário e os demais atletas exercitavam-se no campo ou na sala de musculação sem ninguém a procurá-los. Em resposta a Scolari, prometeu estudar "com carinho" a hipótese de ver o jogo com o Uruguai, em 1 de julho. Ele teve novo encontro com Romário já no início da noite, quando ambos subiram juntos para os alojamentos da concentração. O atacante da Inter aguardaria a volta de Scolari para uma nova conversa. Do alambrado da Granja Comary, ainda havia dezenas de fãs. Nem sob serração, eles desistiam: queriam ver de perto um "fenômeno": um jogador que está afastado de seu ofício há quase um ano e meio e que mesmo assim continua sendo o mais carismático do futebol brasileiro.

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