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Ronaldinho saboreia reinado no Barça

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Por Agencia Estado
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Ronaldinho Gaúcho não ficará aborrecido se não levar o título de melhor do mundo, segunda-feira, na eleição da Fifa. Perder para o ucraniano Shevchenko, o favorito, ou o o francês Thierry Henry não chega ser assim uma tragédia. O craque brasileiro vive dias de um reinado absoluto no Barcelona. Desfruta de tanto prestígio a ponto de o presidente do clube, Joan Laporta, anunciar: "Ronaldinho é o símbolo do novo Barça que estamos construindo. Ele é a equipe, a imaginação, alegria de todo o povo da Catalunha." Laporta não blefou. Desde que Ronaldinho foi contratado, em 2003, o clube saiu do marasmo e já ensaia resolver a dívida de cerca de 150 milhões (R$ 540 milhões). Em um ano, foram vendidas 29 mil camisas do craque brasileiro - cerca de R$ 7,5 milhões. O balanço de 2004 ainda não foi fechado. Estimam os administradores do Barça um aumento de pelo menos 30% nas vendas da camisa 10 azul-grená. Não por acaso, Laporta sorriu quando indagado sobre o retorno financeiro dos 27 milhões - cerca de R$ 108 milhões - que pagou ao PSG para levar Ronaldinho Gaúcho. O presidente do Barça está aos pés do craque. "Eles cuidam de mim 24 horas por dia. Sempre me ligam para saber se preciso de alguma coisa, se estou bem. Tratamento de rei", contou o jogador. Seu poder no clube catalão é tão assustador que ontem Laporta abriu as majestosas portas do complexo Camp Nou (estádio, escritórios, museu, lojas, CT) para 45 jornalistas da América do Sul, Europa, Ásia e Estados Unidos conhecerem o Barça e Ronaldinho Gaúcho. A cerimônia foi patrocinada pela Nike, uma das parceiras do clube, que convidou os jornalistas, pagou as despesas de viagem e brindou a turma com pouco menos de cinco horas de convívio com Ronaldinho e Maldini, zagueiro do Milan. A festa começou com brindes de champanhe e terminou no gramado do Camp Nou com os jornalistas de canela dura batendo bola com os dois craques. No evento, a Nike lançou a chuteira "Tiempo", que apenas em março estará no mercado. Trata-se de um chuteira especial, confeccionada a partir de sugestões do próprio Ronaldinho. No material tem até couro de canguru. "Não pesa quase nada, é confortável. No futebol de hoje, qualquer detalhe é importante para fazer a diferença", disse Ronaldinho. Acompanhe os principais trechos da entrevista de Ronaldinho Gaúcho. Agência Estado - Você é um dos favoritos a ser eleito o melhor do mundo pela Fifa. Mas se perder... Ronaldinho Gaúcho - Já estou feliz por fazer parte da lista dos grandes jogadores. Ficaria mais feliz ainda se fosse o escolhido. Só que os títulos mais importantes são aqueles que conquisto com a minha equipe. No final da carreira o que conta são as conquistas com o seu time e não as individuais. AE - Não vai mudar de comportamento no caso de o Shevchenko ser o eleito? Ronaldinho Gaúcho - Não, de jeito nenhum. Vou ter mais motivação ainda para continuar lutando para ser o melhor do mundo. Esse é um dos meus objetivos. Não vou ficar triste. Não vou deixar de brincar, ser alegre. Minha vida é uma festa. Vivo muito da alegria todos os dias. E vai continuar assim, sendo ou não o melhor do mundo. AE - O Ronaldo disse que votaria em você... Ronaldinho Gaúcho - O Ronaldo é meu amigo e um grande jogador. Receber um elogio dele me motiva ainda mais a lutar para ser o melhor do mundo. Vamos ver o que acontece segunda-feira. AE - No Brasil, o Tostão escreveu que você é o único jogador que consegue aliar o espetáculo, show de bola, com a eficiência a serviço do time. Faz isso de caso pensado? Ronaldinho Gaúcho - É a mesma coisa que o meu treinador (Rijkaard) me diz todos os dias. Ele comenta que não posso perder a minha característica de jogo, mas que essa qualidade tem de ser útil ao time. É o dia inteiro assim. Na minha cabeça, não passa que vou entrar no jogo e fazer uma "sacanagem" com o adversário, dar show só. Faço tudo isso naturalmente. AE - Como são os seus dias em Barcelona? Sai muito, tem namorada? Ninguém sabe se você é casado ou não... Ronaldinho Gaúcho - É bom que não fiquem sabendo mesmo (risos). Cada um tem seu estilo de vida. Gosto mais de ficar em casa, ouvindo pagode, samba... Dona Ivone Lara, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz. Tenho saudade dos tempos de Porto Alegre, dos amigos, do campinho das peladas. AE - Já entendeu o que é essa "Ronaldinhomania" que tomou conta do futebol mundial? Ronaldinho Gaúcho - Não entendi nem quero entender. Quero continuar do jeito que sou. Tudo aconteceu muito rápido na minha vida. Em 1999, fui campeão da Copa América com a seleção. Em 2002, campeão do mundo. Em 2003 cheguei no Barcelona e em 2004 concorro a melhor do mundo. Não tenho do que reclamar.

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