Ronaldo promete empenho no último ano da sua carreira no futebol

Atacante critica tabela do Paulistão e quer conquistas para retribuir o Corinthians

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Por Silvio Barsetti
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RIO - Desinibido e com a língua afiada, Ronaldo aproveitou entrevista coletiva nesta quarta-feira, no Rio, para fazer críticas contundentes ao calendário do futebol brasileiro e à fórmula de disputa do Campeonato Paulista. Ele também encerrou as dúvidas sobre seus projetos para 2011 e prometeu empenho para levar o Corinthians ao título de campeão da Copa Libertadores. Disse ainda que se dedicará ao máximo no ano que vem, como se estivesse no começo de sua carreira."Vou me apresentar junto com o grupo todo [em 3 de janeiro], não tem essa de descansar mais. Vai ser o meu último ano como atleta e quero conquistas, para retribuir o carinho dos corintianos e do torcedor brasileiro em geral", declarou Ronaldo. "É claro que vou jogar as duas partidas da fase preliminar da Libertadores. Para o Corinthians, esses dois jogos vão ser como as finais da competição", prosseguiu o atacante, referindo-se aos confrontos dos dias 26 de janeiro e 2 de fevereiro, contra um clube da Colômbia, ainda não definido.Ronaldo foi a grande atração do segundo e último dia do Footecon, fórum internacional de futebol realizado no Rio e coordenado pelo técnico Carlos Alberto Parreira, quando fez praticamente um discurso contra o calendário do futebol do País. Pediu uma revisão do Paulistão, com a adoção de uma fase eliminatória entre times do interior antes propriamente do início do torneio, o que determinaria a redução do número de participantes. "O Paulista com 20 clubes é desnecessário e exagerado", reclamou. Antes, ele criticou a distribuição de jogos para as grandes equipes ao longo do ano no Brasil. "São mal divididos, isso aumenta o risco de lesões e diminui a qualidade", afirmou. No momento em que registrava seus protestos, Ronaldo surpreendeu ao anunciar que pretende se engajar na luta pelos direitos dos atletas a partir de 2012, quando já estiver aposentado. "Na Itália, Espanha, Argentina, os jogadores param os campeonatos em nome de suas reivindicações, com participação ativa dos sindicatos", comentou o atacante. "Alguém tem que fazer alguma coisa. Ninguém protege os jogadores. Eu aceitaria, sim, esse desafio, mas seria para ter poder de mando. Estou disposto a comprar essa briga e entraria de cabeça para defender uma classe muito injustiçada."Antes da entrevista, Ronaldo compôs mesa no Footecon com Parreira e os ex-jogadores Junior e Carlos Alberto Torres. Ele arrancou risos da plateia ao dizer que "não gosta de ver jogos pela TV e nem de comentar futebol", apenas de jogar. "Estou meio de saco cheio, mas futebol é a minha paixão", confessou o atacante de 34 anos.

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