Ronaldo sai de Portugal apreensivo

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Por Agencia Estado
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O atacante Ronaldo seguiu para Madri ao meio-dia deste domingo chateado por dois motivos. Sentiu muitas dores na coxa direita antes e durante o amistoso com Portugal e não conseguiu render bem nos dois amistosos dirigidos este ano pelo atual técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira. ?Estou em débito com o Parreira.?? Ele afirmou que se submeteria nesta segunda a uma ressonância magnética na capital da Espanha. ?Eu tive uma contratura muscular e forcei um pouco. Sentia dores desde a véspera.?? No hall do Ipanema Park Hotel, no Porto, ele não disfarçava o descontentamento, mas foi atencioso e até chegou a brincar com os repórteres, distribuindo-lhes autógrafos. ?Não sei o que é, tomara que não seja nada importante.?? Ronaldo vive agora a expectativa de estar recuperado para o jogo com o Manchester United, no dia 8 de abril, pela Copa dos Campeões. ?Vou ter uma semana para ficar em tratamento. É um bom tempo.?? Sobre sua atuação na derrota do Brasil por 2 a 1 para Portugal, disse que evitou as arrancadas e jogadas mais arriscadas. ?Eu estava inseguro. Não conseguia dar piques.?? Por isso, pediu a Carlos Alberto Parreira que o substituísse no intervalo. Contra a China, em fevereiro, o atacante também saiu de campo antes do fim da partida. ?Não quero deixar mal o Parreira. É a segunda partida seguida em que estou falhando com ele??, comentou. Antes de fechar a conta no hotel, Ronaldo se divertiu com a ousadia de duas crianças portuguesas, Diego e Felipe, de 7 anos. Eles burlaram a segurança e chegaram mais de uma vez até a porta do quarto do jogador. Batiam com delicadeza, ansiosos pela resposta. ?Ronaldo, com sua licença, queremos autógrafos. Não se aborreça com a gente não, tá??, disse Diego, com camiseta da seleção brasileira, um bloco de anotações e caneta. Passados alguns segundos, o craque não dava sinais de que os atenderia. Felipe então foi o encarregado de fazer o novo pedido. Deu três toques ritmados na porta, encorajou-se e declarou, com olhos voltados para a fechadura: ?Ronaldo, desculpa se a gente te acordou. É só um autógrafo para cada um. A gente já tem caneta e papel.?? Mal o menino terminara de falar, o atacante do Real Madrid abriu a porta, sorridente, e recebeu os visitantes. Abaixou-se para assinar o nome nas camisetas, nos blocos, em folhas soltas. Depois, deu um abraço carinhoso em ambos e se despediu. A ingenuidade da dupla mirim foi explorada pouco depois por um grupo de alemães e ingleses que vende fotos autografadas por grandes jogadores de futebol. Os cinco negociadores tentaram durante toda semana recolher uma assinatura de Ronaldo para depois reproduzi-la sobre imagens do próprio atleta e vender cada peça por preços que variavam de US$ 10 a US$ 30. Ao notar a facilidade com que Diego e Felipe iam ao quarto de Ronaldo, cooptaram as crianças com a seguinte proposta: levariam duas fotos para Ronaldo. Se conseguissem autógrafos, ficariam com uma delas. As crianças partiram em nova missão. No entanto, Ronaldo recebera alerta de um hóspede, pelo telefone interno do hotel, sobre a trama dos caçadores oficiais de autógrafos. Desta vez, quem abriu a porta foi um amigo do jogador, dizendo que ele havia trocado de quarto para descansar. Os meninos não ficaram desapontados. Afinal, já estavam com a marca do craque bem visível em suas camisetas. Mas o novo fracasso acabou sendo um duro golpe nos aproveitadores: deram-se por vencidos e foram embora.

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