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Ronaldo volta confiante à seleção

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Por Agencia Estado
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Ronaldo volta, nesta quarta-feira, a vestir a camisa que lhe cai bem: a da seleção brasileira, no amistoso contra a Croácia, às 16h15 (horário de Brasília), no Estádio Poljud, em Split. Ele não joga pela seleção desde a partida contra o Uruguai, em Montevidéu, pelas Eliminatórias, mas prefere pensar no presente e no futuro, deixando o passado recente de lado. Volta confiante e com uma certeza: na Copa da Alemanha, em 2006, o Brasil é o grande favorito. ?A gente só perde para a gente mesmo?. O Fenômeno recebeu a Agência Estado com exclusividade nesta terça, no Hotel Park, em Split, onde a seleção está concentrada para o jogo com os croatas, depois da entrevista coletiva em que reafirmou ser ?uma honra? atuar pela seleção. Negou mais uma vez que vá parar de jogar pelo Brasil após a Copa de 2006 e disse que, além dos títulos pelo Real Madrid, quer finalmente atingir a meta dos 35 gols que não alcançou nas temporadas anteriores. Agência Estado - A Copa da Alemanha está se aproximando e o Brasil é apontado como grande favorito. Ronaldo - Ainda tem muita coisa pela frente, mas o Brasil tem uma seleção forte técnica e fisicamente e é justamente apontado como favorito. Copa é sempre muito difícil, já vimos muito favorito caindo na primeira fase. Ou você joga bem ou sai fora, não dá para recuperar. Mas todos na seleção estão conscientes, se preparando bem, sabendo que se não fizer tudo corretamente, não vai ganhar. A gente só perde para a gente mesmo. AE - A sua responsabilidade, particularmente, aumenta? Você não foi à Copa das Confederações já pensando no Mundial e acabou muito criticado. Ronaldo - A responsabilidade é sempre grande. Já tomei decisões importantes visando a Copa e só levei porrada. Mas tomei a decisão que tinha de tomar. AE - Você se refere ao pedido de férias durante a Copa das Confederações. Muita gente desaprovou sua atitude. Acha que foi mal compreendido, que as pessoas não entendem que depois de tudo que lhe aconteceu, não dá para você reagir como quando tinha 20 anos? Ronaldo - Mas teve muita gente que entendeu também. Foi tudo malconduzido, infelizmente não obtive a resposta que esperava da CBF, procurei eles 1 mês antes. Depois houve confusão. Poderia ter sido uma coisa amigável. Mas o tempo passa e você vai aprendendo. Nunca me deram nada de presente, eu sempre consegui por meus méritos. AE - Individualmente, qual a sua expectativa para a Copa? Ronaldo - Ainda faltam 10 meses, espero chegar bem, e com saúde, ao Mundial. E vou continuar jogando na seleção enquanto estiver me sentindo bem. Não sei até quando, mas ainda por bom tempo. AE - Mas você gosta de se propor desafios, traçar metas. Ser artilheiro em 2006, por exemplo, não faz parte dos seus pensamentos? Ronaldo - Penso sempre nestas coisas, mas não faço disso uma obsessão. Sei que se eu fizer um gol vou ser o brasileiro que mais marcou em Copas, mas não é esse meu objetivo principal. Objetivo principal é o título. AE - Título que falta com o Real Madrid... Ronaldo - Este ano vamos buscar todos os títulos e temos grande chance. O elenco é forte. Tivemos uma pré-temporada muito dura no Real Madrid. Difícil, mas superimportante. Estamos no caminho. E espero alcançar os 35 gols, algo que não consegui nas duas últimas temporadas. AE - O Robinho vai ter uma adaptação fácil? Ronaldo - Vai. Dentro de campo o entrosamento é fácil. Ele logo vai conquistar a torcida com suas pedaladas. AE - Você entrou no automobilismo como proprietário da equipe brasileira da A1 Grand Prix, que começa dia 25 de setembro (em Silverstone). Está podendo se dedicar à equipe? Ronaldo - O Emerson Fittipaldi é meu sócio e o diretor técnico do time. A gente troca idéias e eu procuro me informar sobre tudo. Sei que nos primeiros testes o Nelsinho Piquet foi o mais rápido dos pilotos que treinaram pela nossa equipe. AE - E quem vai ser o piloto? Ronaldo - Isso será decidido depois dos treinos em Paul Ricard (França, no final do mês). AE - Fora de campo, e das pistas, tudo o que você faz é notícia. O Ronaldo é uma celebridade e paga um preço por isso. Te incomoda? Ronaldo - Já estou superacostumado. As pessoas precisam entender que sou jovem, tenho 28 anos e como todos cometo os meus erros. O que incomoda são jornais e revistas de fofocas, e alguns sites também, que não têm compromisso com a verdade. E noutras ocasiões, supervalorizam coisas sem importância. AE - Dê um exemplo? Ronaldo - Durante minhas férias, me pegaram fazendo xixi numa garrafa (risos) numa festa. Eu já fiz xixi até dentro do campo (na Olimpíada de 1996, em Atlanta, antes do segundo tempo do jogo entre Brasil e Nigéria), foi uma coisa sem malícia. Fiz porque estava apertado, a fila do banheiro estava grande e, onde eu estava, achei que dava para fazer. Só não percebi que o vidro era fumê e dava para ver do outro lado. AE - O que mais te irrita em relação a isso? Ronaldo - Essa mania que algumas pessoas têm de arranjar namorada para mim. Não posso conversar com uma menina em público que logo vem algum dizer que estou namorando. AE - Você considera que essas atitudes são de pessoas invejosas? Ronaldo - As pessoas bem-sucedidas são alvo de inveja, mas tem a inveja boa, saudável, e a ruim, destrutiva. Claro que nós que fazemos sucesso despertamos inveja, mas quando vejo que é do mal, eu ignoro.

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