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Roqueiro Nasi: louco pelo São Paulo

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Por Agencia Estado
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Amanhã é um dia especial para Marcos Valadão Rodolfo, o Nasi, vocalista do grupo Ira! O roqueiro estará fazendo o que mais gosta - e não é a audição de uma nova banda ou o ensaio de uma música. Nasi adquiriu um dos 56.896 ingressos para o jogo contra o Cobreloa, do Chile, e estará no Morumbi exercitando uma paixão que já dura pelo menos 35 de seus 42 anos: gritar pelo São Paulo. "O horário é ruim (19h), mas não perco esse jogo de jeito nenhum. É nossa volta à Libertadores e a torcida precisa incentivar o time", diz o cantor, que em março estréia um programa de rock e cultura junto com o ex-jogador e atual comentarista Casagrande na rádio Brasil 2000." Ele está confiante no time montado para esse ano, mas ainda vê defeitos: "O Danilo e o Marquinhos - que está um pouco melhor - ainda não corresponderam na armação. O (técnico) Cuca tem jogado com o Fábio Santos na armação, mas ele ainda é melhor na lateral." As dificuldades na armação escancaram a mágoa com Ricardinho. "O cara é cheio de nhenhenhém. Podia fazer sucesso no São Paulo e não quis assumir nada. Não quis ser líder do time, mesmo ganhando o que ganhava. E ainda quis sair, deixando a Libertadores de lado. Eu concordo que a diretoria errou em atrasar os salários dele, mas se estivesse jogando bem nada disso iria acontecer." As outras contratações agradaram: "Tinha um pouco de receio do Fabão e do Rodrigo. Achava que o Lugano deveria continuar no time. Mas eles me surpreenderam e estão bem. O Cicinho também se entrosou com o resto do time." BALADAS - Balas das domingos? Nasi troca tudo pelo futebol. Apaixonado pelo esporte - e pelo São Paulo -, Nasi desmistifica estereótipos que cercam a vida dos famosos. O que um astro como ele faz, por exemplo, nas noites de domingo? "Gosto mesmo é de mesa-redonda. Não perco uma. Fico mudando para ver notícias de seu clube. Muitas namoradas reclamam disso, mas não tem jeito. Não dá para mudar." À tarde, o assunto também é futebol. "Se não vou ao Morumbi, vejo pela televisão ou então acompanho pelo rádio. Durante a semana, não perco um programa esportivo no rádio nem na televisão. Gosto muito mais de conversar sobre futebol do que sobre música." A explicação é simples. "Quando era garoto, a minha banda preferida era o Kiss e não conseguia ver nada de bom nas outras. Amadureci e vi que música é subjetivo, cada um gosta de um estilo e sei que dá para gostar de coisas diferentes ao mesmo tempo. Futebol, não. Cada um tem o seu time e quer a desgraça do outro. É bom discutir." Em um bate-boca com o baterista André, o Ira! balançou. "Foi em 1993, acho, quando a Parmalat tomou conta do Palmeiras e eles começaram a ganhar da gente. Um dia, tínhamos tomado muitas cervejas, ele ficou falando que o São Paulo não ia conseguir mais nada e eu rebati. A discussão foi feia, mas depois a gente esqueceu." Antes, quando a fila ainda era um tormento para o Palmeiras, uma das alegrias de Nasi era azucrinar um dos seguranças da banda - o Paulão. "A gente voltava dos shows e ele descia na Avenida Sumaré. Eu fazia aquela brincadeira de contar até 15 pausadamente e terminar com um ?parabéns a você?. O cara ficava louco, mas não falava nada. Um dia, pediu demissão. Tempos depois, fiquei sabendo que ele era o Paulo Serdan, presidente da Mancha Verde." Em 1973, quando o atacante Mirandinha quebrou a perna, Nasi tinha 11 anos e fez a primeira loucura pelo time: "Descobri um jeito de invadir o hospital, que era perto de casa, e fui visitar o Mirandinha. Ele gostou e no outro dia voltei, com um monte de colegas. Era uma alegria ver um ídolo tão de perto." Nos anos 70, Nasi já gostava de rock, mas sonhava mesmo era ser volante do São Paulo. Foi reprovado numa peneira em 1977, com Mário Juliato. "Eu era fã do Chicão. Gostava tanto dele que arrumava argumentos para dizer que ele não havia chutado o Ângelo naquela final do Brasileiro de 1977. Em 78, na Copa da Argentina, ele deu um pontapé no Luque, da Argentina, e fiquei cheio de orgulho. Falta um pouco disso no futebol de hoje." Fábio Simplício tem um pouco dessa raça, segundo Nasi. "Quando o Diego, do Santos, subiu no escudo do São Paulo, o Simplício o acertou e eu vibrei. Um grupo de torcedores fez uma placa especial para o Simplício e fui ajudar a entregar. Esse Diego é muito mascarado. Afinou no Pré-Olímpico. Todo mundo viu." Rogério Ceni é um dos ídolos de Nasi. São amigos. "Ele ama o time e mostra isso. Sempre está pronto para fazer tudo pelo São Paulo. E se dedica nos treinos. Dá gosto ver o Rogério jogar. O Valdir Perez também é um ídolo, mas o Ceni já o superou faz algum tempo." Rogério Ceni está no São Paulo de todos os tempos de Nasi. Junto com Cafu, Oscar, Dario Pereyra e Serginho; Chicão, Pedro Rocha e Raí; Careca, Serginho Chulapa e Zé Sérgio. "Tem outros ídolos que não entraram, como o Toninho Guerreiro, Paraná e Dias. O Luís Fabiano também poderia entrar, mas precisa ganhar um título antes." Pablo Forlán, o raçudo lateral-direito uruguaio dos anos 70, é outro ídolo. "Estou usando costeletas como as dele. Parecem também com as do Wolverine, meu herói preferido de história em quadrinhos." Nasi vai ao estádio amanhã, mas nem sempre pode conciliar jogos com shows da banda. "Aí, peço uma televisão no camarim e fico até o último minuto, antes de entrar no palco. Quando viajo, a única exigência é ficar em hotéis com tevê a cabo para não perder os jogos. É paixão de criança. Não tem jeito. Nem quero que tenha. Vou morrer louco pelo São Paulo."

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