Rússia faz avanços na luta contra o racismo no futebol, diz ONG

Governo russo rastreou ao menos 191 torcedores racistas e criaram 'lista negra'

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Por Redação
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A Rússia tem progredido na luta contra o racismo no futebol. É o que aponta o relatório elaborado pelo grupo europeu antidiscriminação Fare, em parceria com o centro de informações russo sobre direitos humanos, Sova.

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O estudo divulgado nesta quinta-feira mostra que na temporada 2016/2017 houve 89 casos de racismo e incidentes de extrema-direita, menos do que nos outros anos. Um dos casos envolve um jogador africano que reclamou de ter sofrido racismo em campo por um atleta adversário durante a disputa do Campeonato Russo.

Outro informa que um grupo de torcedores afastou pessoas que tinham "aparência eslava" em um trecho de arquibancada. E torcedores do campeão Spartak Moscou exibiram bandeiras antissemitas.

Apesar destes casos terem sido divulgados, o comitê disciplinar da União de Futebol da Rússia (RFU na sigla em inglês), órgão que controla o esporte no país, afirmou que não detectou casos de racismo em nenhuma das três principais divisões na última temporada.

"As autoridades russas do futebol e do governo sabem que a Copa das Confederações e a Copa do Mundo podem ficar manchadas caso aconteça algum caso de racismo e, por isso, estão preocupados em tomar forte medidas para combater qualquer problema", afirmou o diretor executivo da Fare, Piara Powar, em entrevista a agência The Associated Press.

O governo russo rastreou ao menos 191 torcedores racistas e criaram uma "lista negra" para não deixá-los participar de nenhum evento esportivo. A RFU ainda excluiu da organização o torcedor Alexander Shprygin, deportado duas vezes da França no ano passado por se envolver em confusão. Primeiro participou de uma briga com ingleses antes do duelo contra a Inglaterra pela Eurocopa. Ainda fez posts com símbolos de extrema-direita nas redes sociais.

A Fare informa que a Rússia progrediu no combate ao racismo. Na última temporada, por exemplo, não foi visto torcedores imitando macacos, nem bandeiras nazistas nas arquibancadas. No entanto, alerta que torcedores de grupos de extrema-direita tentaram exibir símbolos e códigos de grupos ultranacionalistas.

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A Fifa também demonstrou preocupação com atitudes racistas. Na quarta-feira anunciou que pela primeira vez utilizará um conjunto de três medidas contra discriminação em um torneio oficial. A ação acontecerá na Copa das Confederações, que começará no sábado e terá também observadores antidiscriminação em todas as partidas da competição.

Desta maneira, quando identificado o ato discriminatório, o árbitro poderá parar o jogo e fazer um anúncio público no estádio para suspender a partida até que o ato seja interrompido, juntamente com outra advertência. Caso necessário, o juiz poderá até abandonar a disputa, numa atitude mais drástica.

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