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Russo admite que financia a MSI

Boris Berezovski admitiu financiar a MSI, parceira do Corinthians, e pretende investir US$ 50 milhões na construção de um estádio em São Paulo.

Por Agencia Estado
Atualização:

Agora é incontestável: Boris Berezovski admite, em entrevista exclusiva à Agência Estado, financiar a Media Sports Investiment (MSI), parceira do Corinthians. ?O estádio seria o primeiro passo de minha participação no projeto do time brasileiro?, afirmou o milionário russo, que prometeu investir US$ 50 milhões na construção. O iraniano Kia Joorabchian, presidente do fundo de investimentos, se cansou de negar o envolvimento de Boris Berezovski, condenado pela Justiça russa por participação no contrabando de armas para a Chechênia e investigado, na Suíça, por lavagem de dinheiro. Kia e o presidente do Corinthians, Alberto Dualib, tentaram de todas as formas encobrir o real motivo da viagem de ambos à Europa, na semana passada. Anunciaram ter ido em busca de reforços como Liedson e Vágner Love, alegaram um convite do G14 - grupo dos 14 maiores clubes de futebol do mundo -, mas, na verdade, foram receber um puxão de orelhas de Berezovski, insatisfeito com os rumos que vem tomando a parceria. Desmentidos - Integrantes do Conselho Deliberativo do Corinthians contrários à parceria denunciavam, desde agosto de 2004, que a MSI estaria sendo usada para lavar dinheiro de grandes empresários internacionais, como Boris Berezovski e Badri Patarkatsishivli, proprietário do Dínamo de Tbilisi. Kia prontamente negou, afirmando, no entanto, que não daria os nomes dos investidores apenas para preservá-los do assédio da imprensa brasileira. ?Mas Berezovski não participa nem participará?, declarou o iraniano em setembro. Em outubro, o milionário russo mais uma vez foi ouvido pela Agência Estado e disse pensar em construir o estádio do Corinthians, desmentindo em parte as afirmações do presidente da MSI. De janeiro a abril, o Ministério Público do Estado de São Paulo, acionado para investigar o suposto crime de lavagem de dinheiro, ouviu integrantes da MSI e do Corinthians, mas pouco avançou. No relatório final, apresentado aos jornalistas no dia 14 do mês passado, os procuradores José Reinaldo Guimarães Carneiro e Roberto Porto declaravam ver fortes indícios da participação de Berezovski, porém não encontraram provas contundentes como a obtida nesta terça-feira pela Agência Estado, ao ouvir o testemunho do próprio magnata russo. Há um mês, o processo foi encaminhado ao Ministério Público Federal, porém não houve ainda qualquer denúncia apresentada. Investimento - ?Estou preparado para participar do projeto?, afirmou nesta terça à Agência Estado o russo Boris Berezovski, de bom humor e rasgando elogios aos brasileiros. ?Adoro o Brasil. Os brasileiros são ótimas pessoas.? O magnata vinha estudando se assumiria ou não publicamente estar por trás do acordo entre Corinthians e MSI, pelo menos, desde o início de abril. Há cerca de quinze dias, enviou dois representantes a São Paulo com o objetivo de estudar o terreno e avaliar os riscos da decisão. O russo jamais teria deixado de atuar nos bastidores da negociação. Em julho de 2004, quando Kia Joorabchian levou a delegação corintiana para a Europa para conhecer os investidores, Alberto Dualib, presidente do Corinthians, ficou encantado com os empresários, mas principalmente com Berezovski, citado nominalmente. Na última segunda-feira, Berezovski recebeu Kia e Dualib em seu escritório em Londres para, segundo ele, debater a parceria. ?Tivemos uma ótima reunião e vamos bater o martelo sobre essa proposta em duas ou três semanas. Entendo a importância do futebol para o Brasil?, explicou o magnata. De acordo com ele, os dois ?insistiram muito? para que passasse a fazer parte dos investimentos no Corinthians. ?Concordei, mas disse que a primeira etapa precisaria ser a construção do estádio.? Berezovski vive exilado em Londres por ter contra si um mandado de prisão internacional por envolvimento com a máfia chechena. Sendo assim, faz-se representar sempre por outras pessoas. No início das negociações com o clube brasileiro, a missão coube à sua esposa, Yelena, que esteve hospedada de forma sigilosa em um hotel de luxo da cidade de São Paulo. No início deste mês, enviou dois de seus advogados, um homem e uma mulher. Prazos - O russo afirma que agora está apenas esperando uma resposta oficial por parte do Corinthians para autorizar o financiamento do estádio, no valor de US$ 50 milhões. Ele acredita ainda que a prefeitura de São Paulo terá de ser contactada para autorizar a construção. Não impôs qualquer tipo de condição, nem pediu garantias para fazer parte do projeto. ?Os investimentos não dependem nem mesmo da posição do time nas tabelas dos campeonatos que disputa?, disse, soltando uma gargalhada.

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