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S. Caetano une torcidas no Pacaembu

Por Agencia Estado
Atualização:

Corintianos, são-paulinos, palmeirenses, santistas. Conforme o técnico do São Caetano pediu durante toda a semana, torcedores de todos os times da capital foram nesta quarta ao Pacaembu prestigiar o São Caetano em sua primeira final de Copa Libertadores da América. Até mesmo um fanático torcedor do Juventus compareceu. "O São Caetano encara os grandes de igual para igual. Parte para cima, como fazia o Juventus", comparou Antonio Alberto Grilli, 50 anos. Grilli torce para o simpático clube da Moóca, que, por sempre pregar peças nos grandes da capital, ficou conhecido pelo apelido de Moleque Travesso. "A diferença é que o São Caetano já pode ser chamado de grande, enquanto que o Juventus continua pequeno." Grilli conta que sua admiração pelo São Caetano veio antes mesmo da Copa João Havelange, em 2000, quando o time de Jair Picerni surpreendeu o Brasil, ficando com o vice-campeonato. "A primeira vez que vi o São Caetano jogar foi na Rua Javari, em 99, pela semifinal da Série A-2 do Campeonato Paulista. O Juventus tinha um bom time, mas logo no começo do jogo já estava 2 a 0 para eles. No final foi 4 a 1 para o São Caetano, que tinha o Túlio em final de carreira", contou o juventino, que lembra que ficou impressionado com o futebol do adversário. "Fiquei me perguntando: que time é esse?" Desde aquele jogo, o São Caetano virou o segundo time de Antonio Grilli, que foi ao estádio do Parque Antártica ver São Caetano e Vasco, primeiro jogo da final da Copa João Havelange. "O São Caetano é time redondinho, que lembra o Santos da década de 60. O Picerni tem um grande mérito, pois mesmo com jogadores diferentes mantém o mesmo padrão de jogo", concluiu. Unidos pela simpatia - Além de Grilli, torcedores dos quatro grandes times de São Paulo estavam entre as 40 mil pessoas que tomaram o Estádio do Pacaembu. Os noivos Diego Zanotti, 19, e Cristiane Lopes, 21, ambos corintianos, exaltavam a simpatia do clube do ABC. "É um time querido, que está representando o Brasil", disse Cristiane. "O São Caetano não tem estrelas. Os jogadores ganham pouco e jogam muito. Queria o Picerni no meu time", completou Diego. Para o Corintiano, o fato de ser uma final de Libertadores contribuiu para a decisão de ir ao jogo. "Como o Corinthians nunca chega, vim acompanhar o São Caetano. Mas ano que vem será a nossa vez", torce Diego. Era mesmo uma torcida diferente. Como em um jogo do Brasil, todos conviviam juntos, sem animosidade. Tal situação levou a palmeirense Rosana de Aquino, de 41 anos, a ir pela primeira vez a um estádio. "Jogo do Palmeiras eu não vou porque é muito perigoso", explicou. Rosana conta que foi ao Pacaembu motivada pelo carisma do time de Jair Picerni. "É um time querido. Gosto muito do Anaílson e do Adãozinho", afirmou. Torcer pelo futebol brasileiro também foi o motivo que levou o são-paulino, Lucas Pereira, 17 anos, a ir ao Pacaembu. Lucas, porém, fez uma ressalva. "Se fosse Corinthians ou Palmeiras, torceria contra. Mas o São Caetano é um time simpático, que agrada todo mundo", justificou. Seu pai, o santista Francisco de Paula Pereira, 46, disse gostar de assistir jogos do vice-campeão brasileiro. "É um time que sempre busca o gol. Que não tem medo de arriscar". Na festa desta quarta, Pereira só lamentou o descaso com os torcedores. "Comprei ingresso para numerada coberta e fui obrigado a assistir o jogo na numerada descoberta", reclamou, debaixo de chuva. Oportunismo - Diante de tantos torcedores, quem aproveitou para fazer propaganda foram os políticos. Alguns candidatos estenderam, na arquibancada, faixas, que foram logo retiradas pela polícia. Outros, como Marquinho Tortorello, sobrinho do prefeito de São Caetano, Luis Tortorello, e candidato a deputado estadual pelo PPS, aproveitou que parte de sua base eleitoral estava no Pacaembu e distribuiu várias camisas apoiando o time do São Caetano e sua candidatura.

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