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Santos ameaça reagir à anulação

Por Agencia Estado
Atualização:

O Santos se sente prejudicado por ter que jogar outra vez contra o Corinthians, dia 12, às 16h, na Vila Belmiro, colocando em disputa os três pontos que ganhou nos 4 a 2, no dia 31 de julho, mas ainda não sabe o que vai fazer. "O clube que tentar agir isoladamente vai quebrar a cara", analisa Mário Mello, um dos mais importantes integrantes do departamento jurídico do Santos, no início da tarde deste domingo. Mello foi encarregado pelo presidente do clube, Marcelo Teixeira, de analisar a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, que anulou os 11 jogos da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de 2005 que tiveram a arbitragem de Edílson Pereira de Carvalho e o seu relatório servirá de base para uma reunião, hoje cedo, na Vila Belmiro. "Só depois disso, o clube vai se pronunciar, por nota oficial ou convocando uma coletiva de imprensa", informou a assessoria de comunicação do clube. De acordo com o advogado, que conversou com Teixeira logo após o pronunciamento do presidente do STJD, Luiz Zveiter, neste domingo pela manhã, no Rio, o Santos recebeu com surpresa a anulação dos 11 jogos e a determinação para que as partidas sejam realizados novamente, mas só vai se posicionar após tomar conhecimento da integra da decisão do órgão. "Não podemos nos precipitar neste momento. Vamos analisar a decisão, verificar porquê o STJD decidiu dessa forma e concluirmos se o clube deve ou não acatá-la", afirmou Mello. A principal queixa santista é que a decisão do STJD fere o previsto no parágrafo único do Artigo 275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, determinando que a anulação de um jogo só pode ocorrer caso fique comprovado que houve manipulação do resultado pela arbitragem. "Pode até acontecer de o STJD voltar atrás em sua decisão se a reação dos clubes que sentirem prejudicados e da imprensa for forte", acredita Mello, que ainda vê muitos problemas na repetição dos jogos. "Falei com o comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, na Baixada Santista, coronel Cláudio Trovão, e ele me disse que não tem condições de se responsabilizar pela segurança, dentro e fora do estádio, do novo clássico entre Santos e Corinthians com portões abertos e que vai levar o problema ao comandante geral da corporação. Como separar santistas de corintianos nas entradas do estádio? E após o fechamento do portão, quem vai conter a multidão que certamente vai ficar do lado de fora? E quem vai pagar as despesas com a realização do outro jogo, sem venda de ingressos? O Santos ou a CBF?", questiona Mello. Nelsinho Baptista, que ainda não era o técnico do Santos na vitória por 4 a 2 contra o Corinthians, no dia 31 de julho, na Vila Belmiro, mas, baseado nas escutas telefônicas, acha que o seu time está sendo prejudicado pela marcação do novo jogo. "Edílson disse que deveria ajudar o Corinthians a ganhar o jogo, mas não conseguiu evitar a vitória do Santos. Por isso não acho justo disputarmos três pontos que já foram ganhos", disse o técnico, que acredita que a melhor solução para o problema seria punir os culpados, mas manter os resultados dos 11 jogos. "A repetição dos jogos é complicado e vai acabar sendo mais prejudicial do que já foi o que aconteceu até aqui", finalizou.

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