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Santos ataca CBF e diz que mudança de horário de jogo é 'ilícita'

Partida contra Ponte foi adiada a pedido da Polícia Militar para evitar briga em Campinas

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Por Redação
Atualização:

O Santos não escondeu a irritação com a mudança de data da sua partida contra a Ponte Preta, agendada inicialmente para a noite deste sábado. Nesta manhã, a diretoria criticou a CBF, de transferir o confronto para as 11 horas de domingo, e classificou a alteração de "ilícita".

A mudança no jogo foi anunciada na noite de sexta-feira, a pouco mais de 24 horas do início da partida, válida pela 34ª rodada do Brasileirão. A decisão fere o Estatuto do Torcedor, que exige antecedência de ao menos 48 horas na mudança de horário e local das partidas.

Ponte Preta x Santos foi remarcado para domingo, às 11h Foto: Sergio Castro/AE

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O confronto entre Ponte e Santos estava agendado para as 21 horas deste sábado, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP). Acontece que neste sábado à noite o Guarani decide o título da Série C do Campeonato Brasileiro contra o Boa, em Varginha (MG). Mesmo sendo um jogo fora da cidade, há uma grande mobilização da torcida bugrina que terá uma caravana com mais de cinco mil torcedores até Minas Gerais.

Além disso, a distância do estádio o Brinco de Ouro, do Guarani, para o Moisés Lucarelli, da Ponte, é de apenas 800 metros. Eles são separados pela avenida Ayrton Senna. A eventual comemoração da torcida do Guarani nas ruas em caso de título, com buzinaço e fogos, poderia causar confrontos com torcedores da Ponte Preta. Foi por essa razão que a Polícia Militar, com apoio do Ministério Público, pediu à CBF a mudança na data da partida da Ponte Preta contra o Santos.

O clube paulista, contudo, reclamou da mudança de última hora. "A CBF justificou a ilícita alteração de horário em solicitações apresentadas pela Polícia Militar de Campinas e pela Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo de Campinas, diante do risco de confrontos entre as torcidas rivais locais. O Santos F. C. não entrará no mérito da segurança pública envolvida na questão. Ocorre que a forma de comunicação utilizada e a decisão tomada não podem ser aceitas por quem trabalha em prol de um futebol profissional, sério e com respeito ao consumidor/torcedor", escreveu a diretoria, em nota.

Para o Santos, a alteração na data e no horário da partida poderia ter sido feito há duas semanas. "Foi com total incredulidade que recebemos a notícia, em especial pelo fato da 'origem' do litígio ter surgido há duas semanas, em 23 de outubro, quando o Guarani se classificou para as finais da Série C, finais estas que já estavam agendadas para o dia 05 de novembro de 2016 desde o início do campeonato."

O clube também reclamou do novo horário estabelecido pela CBF, em razão do forte calor previsto para uma partida com início às 11 horas - havia definição anterior da entidade de não realizar mais jogos neste horário nesta época do ano.

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"Agora, em menos de um dia, [o Santos] terá que alterar toda a preparação física, fisiológica, alimentar, mental e emocional, não apenas para um jogo difícil tecnicamente, mas para também um novo ambiente, com outras condições climáticas."

A diretoria santista, que cogitou não entrar em campo no domingo, avisou que aceitará a nova decisão da CBF, mas não deixará de fazer uma reclamação formal no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e "nos órgãos de proteção ao consumidor e da Justiça".

"O Santos deixará de buscar qualquer medida excepcional para exigir o cumprimento da tabela e do Estatuto do Torcedor, flagrantemente violados pela CBF, apenas porque não quer impingir ainda mais turbulência ao principal campeonato de futebol do país", justificou o clube paulista. "No entanto, fica aqui registrado nosso total desagravo com a decisão tardia e comunicada por telefone."

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