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Santos dá um baile na Vila Belmiro

Por Agencia Estado
Atualização:

O torcedor santista saiu da Vila Belmiro orgulhoso, louco para ser encontrado na rua por um amigo e poder falar: "Foi 4 a 0 fora o baile!" E que baile! Com vários lances de efeito, dribles e toques envolventes, o Santos massacrou a Ponte Preta. Fez quatro e poderia ter feito muito mais. Só não fez por puro preciosismo. Mas nem precisava. O resultado deu ao time os três pontos que precisava para chegar à ponta do Brasileirão, com 68. Neste domingo, fica na torcida contra o Atlético-PR, que tem a mesma pontuação e faz um clássico regional com o Paraná, na Arena da Baixada. Os dois próximos jogos do Santos serão contra o São Paulo, no Morumbi. O primeiro será quarta-feira, pela Sul-Americana (o Santos pode até empatar para se classificar à fase internacional do torneio). O segundo clássico será domingo que vem, pelo Brasileirão. Neste sábado, enquanto a Ponte jogou o tempo todo preocupada em se defender, com nove jogadores atrás e um recuado, o Santos procurou o ataque desde o início. Em 10 minutos de jogo o time de Luxemburgo já havia arriscado quatro finalizações. Na quinta, aos 11, abriu o placar. O lateral-direito Paulo César desarmou Bill, foi à linha de fundo e cruzou para Deivid, que, sem precisar se esforçar, só desviou para o gol. A vantagem conquistada logo no início poderia fazer com que o Santos diminuísse o ritmo de jogo. Mas a ruindade da defesa ponte-pretana era um convite para os atacantes santistas. Robinho infernizava Gustavo. Deivid não dava descanso a Alexandre. No meio da zaga, Marcus Vinícius, na sobra, parecia perdido. E nenhum dos dois volantes do time campineiro (Romeu e Ricardo Conceição) eram capazes de deter os meias santistas Ricardinho, Elano e Preto Casagrande. Foi este último, aliás, quem marcou o segundo gol, aos 22, numa jogada parecida com a do primeiro: Paulo César cruzou da direita e Preto, sozinho, cabeceou para a rede. O Santos teve a chance de aumentar a vantagem ainda no primeiro tempo, aos 34. Da esquerda, Robinho inverteu o jogo para Deivid, que recebeu livre na área e deu um leve toque por cima do goleiro Lauro. Seria um golaço. Mas a bola bateu no travessão. No segundo tempo, os santistas jogaram mais relaxados. Tão relaxados que se viram com liberdade para começar a fazer "gracinhas". Um exemplo disso foi aos cinco minutos. Paulo César enfiou para Elano, que deve ter se lembrado e tentado imitar um lance de Pelé na Copa do Mundo de 1970, num jogo contra o Uruguai: com um corta-luz, deixou a bola passar por um lado, esperando pegá-la do outro, tirando o goleiro Lauro da jogada. Pelé conseguiu fazer isso contra o uruguaio Mazurkiewicz. Elano, não. Lauro ficou com a bola. Aos 13, mais um lance de extrema beleza: Robinho, como se estivesse nas areias da Praia do Gonzaga, dominou a bola com o bico da chuteira e levantou para Preto Casagrande, que chutou na trave. No lance seguinte, o terceiro gol: Elano, pela esquerda, cruzou para Ricardinho marcar de cabeça. A torcida santista delirava. Mas o melhor ainda estava por vir. Aos 18, o Santos fez um desses gols cada vez mais raros de se ver, com vários jogadores participando da jogada. Tudo começou com Léo, pela esquerda. O lateral passou para Robinho, que, prendendo dois marcadores, tirou-os do lance com um passe de calcanhar, abrindo uma avenida para Léo avançar, invadir a área, olhar e cruzar na medida para Elano. O meia, se quisesse, poderia até tentar fazer o gol. Mas notando a aproximação de Ricardinho por trás, só ajeitou de cabeça para este, também de cabeça, tocar para a rede. Um golaço! Depois disso, a torcida santista, feliz da vida, passou a cantar "olé", esperando o fim do jogo para sair falando: "Foi 4 a 0 fora o baile!"

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