Publicidade

Santos: é ganhar ou crise total

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Santos perdeu o seu norte. A conclusão foi do técnico Alexandre Gallo, após a segunda derrota seguida, outra vez de virada, por 3 a 2, diante do Cruzeiro-MG, no Mineirão, no domingo. E a semana promete. Nesta quarta-feira, às 21h45, na Vila Belmiro, o time entra em campo com a obrigação de desbancar a líder do Campeonato Brasileiro, a Ponte Preta, e no domingo terá pela frente o Corinthians, também em casa. Se não ganhar pelo menos um desses dois jogos, o clube vai mergulhar numa grande crise e talvez iniciar um novo ciclo de longo período sem títulos, como tem se repetido em sua história sempre que uma geração chega ao fim. Robinho é o último dos campeões de 2002. "Já estive mais preocupado. O futebol que o time mostrou contra o Vasco da Gama foi ruim, mas no Mineirão o time foi bem. Teve o jogo à sua disposição no primeiro tempo, sofreu um apagão no começo do segundo e tomamos gols que não podemos tomar e depois voltou a atuar bem", analisa Gallo, que assumiu em março e já indicou inúmeros jogadores para reforçar o grupo. Onze foram contratados e o único que deu certo até agora foi Giovanni, repatriado do Olympiakos, da Grécia, nove anos depois de ter comandado o time no famoso vice-campeonato brasileiro de 1995. Alguns dos reforços que Gallo pediu já fazem parte de uma lista de dispensa que a diretoria não consegue mais esconder, como Altair, Luciano Henrique e Danilo, rebaixados para o Santos B (sábado passado empatou por 0 a 0 com o Juventus, na Rua Javari, pela Copa FPF) e cujo campeão garante vaga na Copa do Brasil). Entre as muitas lambanças a que mais chamou a atenção foi a contratação do zagueiro Fábio Bilica, que depois de ser aprovado nos exames médicos, acertar o contrato e tirar fotos para ser mostrado no site oficial do clube, foi avisado que não interessava mais. Somália também deu entrevistas falando de sua alegria de ter sido contratado pelo Santos, mas no dia marcado para a sua apresentação foi avisado que o clube havia desistido da negociação. O zagueiro Márcio Saraiva, contratado há quase três meses, está sendo mandado embora antes de estrear porque foi descoberto que tem um problema no tendão de Aquiles direito. Na mesma proporção que perdeu jogadores de alto nível, o Santos contratou apenas quantidade, sem levar em conta a qualidade. Léo Lima, meia-atacante de 23 anos, que teve um período razoável no Vasco da Gama e depois passou por vários clubes, até ficar encostado no Porto, de Portugal, é a esperança para ser um novo Elano ou Diego. Como Frontini, o argentino que veio para o Brasil aos dois anos de idade e fez muitos gols pelo Marília no Campeonato Paulista deste ano, é a esperança para o lugar de Deivid, contratado pelo Sporting, de Portugal, para ser colocado no Corinthians no ano que vem. Tem 23 anos e deve ser apresentado nesta terça-feira à tarde. "Os três reforços com qualidade para entrar direto no time ainda não chegaram", defende-se Gallo, que admite que está difícil contratar bons jogadores. "Todos sabem que o Santos está com dinheiro e quando seus dirigentes tentam contratar um jogador, o valor é multiplicado por dois ou três", acrescenta. Não há perspectiva para a formação de um bom time a médio prazo. Dos jogadores que sobraram do desmanche, apenas três ou quatro se salvam e ainda se fala na saída de Ricardinho para o Real Madrid e de Fabinho, Bóvio e Zé Elias para clubes menores da Espanha ou de Portugal. O único motivo de alegria para os santistas nos últimos jogos tem sido o estilo refinado de Giovanni, que, mesmo assim, tem rendido pouco para o time porque lhe falta a mobilidade que o futebol brasileiro requer.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.