A ordem no Santos é baixar os gastos do futebol. Em nome da economia, até jogadores titulares com salário alto podem ser liberados. Depois do equatoriano Bolaños, que teve o contrato rescindido porque ganha muito e não vinha sendo aproveitado, o meia Lúcio Flávio, o atacante Roni e o zagueiro Fabiano Eller são outros correm risco de sair.
Com um déficit acumulado de R$ 81 milhões nos três últimos anos, segundo os balanços administrativos, e sem perspectivas de entrada de recursos com a venda de jogadores para o exterior, o Santos precisa economizar. De acordo com uma pessoa ligada ao presidente do clube, Marcelo Teixeira, o técnico Vágner Mancini já foi avisado da situação.
Ao contrário da promessa de Marcelo Teixeira, feita após a decisão do Paulistão, de manter a base e reforçar o time com um jogador diferenciado, para ser a "cereja" do bolo santista, a realidade prevê contratações mais modestas.
O atacante Lincon, do Rio Branco de Americana, que disputa a Série A-2 do Paulista, estava nos planos de Vágner Mancini, mas, ao saber que a sua liberação só seria possível com o pagamento de R$ 1 milhão, os dirigentes santistas nem iniciaram negociações. O mesmo aconteceu com relação a Neto Baiano, centroavante do Vitória, que cobrou R$ 500 mil para liberá-lo - o Santos quis pagar R$ 100 mil.
Enquanto isso, o diretor de futebol do Santos, Adilson Durante Filho, disse que o clube não vai dificultar a saída de Lúcio Flávio, que chegou nesta temporada e não se firmou no time. "Temos um bom entendimento com o jogador e o que mais queremos é surja uma oportunidade que seja boa para ele e para o Santos", explicou o dirigente.
Até mesmo a assinatura do contrato do atacante Felipe Azevedo está se arrastando. Ele foi emprestado pelo Paulista de Jundiaí por sete meses, com prioridade para o Santos comprar os direitos federativos, mas ainda não foi apresentado oficialmente e nem começou a treinar com os novos companheiros.
"Está faltando resolver um pequeno problema administrativo para ele assinar o contrato", revelou Adilson Durante Filho. O Santos também prefere correr o risco de perder o volante Rodrigo Mancha, que tem contrato com o Coritiba até o dia 11 de julho - o clube paranaense exige compensação financeira para liberá-lo antes disso, o que os dirigentes santistas não parecem dispostos a fazer.