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Santos perdeu o rumo nas contratações

Por Agencia Estado
Atualização:

O Santos precisa desesperadamente de qualidade, mas trabalha no sentido inverso, contratando mal e perdendo bons jogadores. A esperança do técnico Alexandre Gallo é que Diego, que vinha jogando pelo Internacional B - fez 15 gols em 116 jogos - mostre na Vila Belmiro o bom futebol do início da carreira, em 2003, que Léo Lima se revele um novo Elano e Denílson faça a torcida esquecer Robinho. Com a perda do camisa 7, de Deivid e Léo, o time que conquistou o Brasileirão em 2004 se descaracterizou. Gallo pede reforços, mas a diretoria sabe que as perspectivas são sombrias. Os jogadores que interessam ao clube - cujos nomes chegam à mídia por vias indiretas - não resolvem. Estão em baixa em seus clubes ou não têm o perfil para ser titular de um Santos campeão - exceção é o goleiro Oswaldo Sanchez, do Chivas, e da Seleção Mexicana. Hoje Léo Lima e o atacante Frontini, que estava emprestado pelo Marília à Ponte Preta, fazem exame, mas não oferecem grandes perspectivas. O principal problema é que o Santos, não se sabe por qual motivo, adotou a política do bom e barato - a experiência que jogou o Palmeiras para a Segunda Divisão. A preferência é por jogadores de empresários. Não custa nada e o clube ainda recebe porcentagem em uma venda para o Exterior. Dos reforços pedidos por Gallo, pelo menos cinco estariam em uma lista de dispensas: Danilinho, Elton, Altair, Luciano Henrique e Fabiano. Há outros nomes, como os dos goleiros Henao e Mauro e o lateral-direito Flávio. Gallo nega, mas na sexta-feira a maioria desses jogadores já treinava à parte. Na semana passada, os dirigentes conseguiram se superar. Na coletiva de imprensa após a derrota contra o Vasco, Gallo deu como certas as contratações do zagueiro Fábio Bilica e Somália (dispensado pelo Grêmio vem mantendo a forma com treinos no São Caetano). Os dois fizeram exames, mas acabaram dispensados antes de serem apresentados. A torcida está com Teixeira na polêmica envolvendo Robinho, mas não o perdoa por ter perdido Deivid, o melhor camisa 9 que passou pela Vila depois de Serginho Chulapa. O atacante já havia disputado sete jogos pelo Brasileirão e ficou sem condições de atuar na competição por outro clube. Também manifestou sua preferência pelo Santos e os dirigentes acreditavam que iam levar o Bordeaux, da França, dono dos direitos federativos do jogador, na conversa. Tudo ia bem, mas o Bordeaux considerou um abuso a tentativa do Santos de prorrogar o empréstimo pela segunda vez. Pediu 6 milhões (R$ 17,1 milhões) e o Peixe ofereceu a metade pela compra em definitivo de Deivid, e 1,5 milhão (R$ 4,2 milhões) para ficar com 50% dos direitos federativos. Nova recusa dos franceses. Mesmo assim, o Santos continuou afirmando que a permanência do atacante estava quase assegurada, até que surgiu o inesperado e estranho interesse do Sporting, de Portugal, que ficou com Deivid por 4 milhões (R$ 11,4 milhões). O pior da história é que circula a versão que o verdadeiro comprador de Deivid é o Corinthians/MSI. E faz sentido, porque o clube português recusou inúmeras propostas - inclusive uma da MSI - pelo artilheiro da temporada passada, Liedson, e vai lhe dar um aumento para segurá-lo, não tendo, portanto, necessidade de investir num jogador para a posição. Ao que consta, Deivid não vai esquentar cadeira no Sporting e estará de volta ao Parque São Jorge no ano que vem.

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