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SANTOS PREPARA NOVAS GERAÇÕES VENCEDORAS DE MENINOS DA VILA

Clube mostra força na base e luta por título em todas as categorias

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Por Daniel Batista
Atualização:

Quando o assunto é revelar jogadores, poucos clubes servem de exemplo como o Santos. Afinal de contas, que outro time do Brasil consegue descobrir tantos garotos do nível de Neymar, Robinho, Ganso e Diego? Isso sem lembrar craques do passado como Zito, Pita e, o maior de todos, Pelé. E, pelo jeito, uma nova safra talentosa vem aí. 

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O Santos é o único clube presente em todas as finais ou semifinais do Campeonato Paulista da base. O clube ainda luta pelos títulos do Sub-11, Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Sub-20. A questão é: Qual o segredo para o clube revelar tantos talentos?

O Estado acompanhou alguns treinos, conversou com treinadores, dirigentes e jogadores para tentar explicar o motivo do sucesso. “Essa fama aumenta nossa responsabilidade. Fazemos uma seleção criteriosa, onde ex-jogadores observam os garotos e nos preocupamos em fazer especialistas nas posições”, disse Ronaldo Lima, gerente da base santista.

Os treinadores tentam passar para os garotos algo mais do que fundamentos do futebol. “É importante eles entenderem porque precisam fazer determinada função”, explica Luciano Santos, técnico do Sub-15, que conta com um apoio inusitado. “Os jogos de videogame ajudam a fazer eles entenderem sobre táticas”, contou, rindo.

Santos é o único clube que está na fase final do Paulista nas categorias Sub-11, Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Sub-20 Foto: Marcio Fernandes/Estadão

No clube, os marcadores não aprendem apenas desarmar. Eles são ensinados a se antecipar ao adversário e já dar início à jogada. “Aqui, o garoto sabe que se aparecer bem, será utilizado no principal. Tem clubes que são campeões de muita coisa na base, mas não aproveita ninguém”, explica Marcos Soares, técnico do Sub-20 e que, antes de assumir o cargo, chegou a fazer estágio no Bayern de Munique com Pep Guardiola. 

Outro ponto de destaque é o fato de existir um trabalho especial para que os jogadores aprendam a jogar com os dois pés para fazer pelo menos o mínimo necessário com o lado que não lhe é favorável. Versatilidade é algo admirável, mas é exigido também que o atleta se especialize em uma posição.

No total, o clube conta com 156 atletas divididos nas cinco categorias. Todos têm acompanhamento psicológico e físico, mas não querem mexer demais com o biotipo dos garotos. “A gente prioriza a qualidade com a bola no pé e somos contra a robotização dos jogadores, que ficam muito forte e perdem a habilidade. Se isso fosse importante para nós, o Neymar teria sido barrado”, disse Lima. 

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A fama do Santos faz a diferença para alguns garotos. O zagueiro Fernando, do Sub-17, passou no teste do Flamengo e do Fluminense, mas decidiu deixar a família em Linhares, no Espírito Santo, e se aventurou em terras paulistas. “Todo mundo quer jogar aqui. Motiva ver um cara como o Gustavo Henrique, que, assim como eu, saiu da base do Santos e hoje é titular do principal”, contou. 

O tal DNA ofensivo do Santos, tão comentado funciona também na base. Os treinadores precisam armar esquemas táticos onde a prioridade é sempre o ataque, por isso é comum ver a equipe entre as que mais fazem gols nas competições. 

O clube tem ainda uma outra categoria, a Sub-23, que participa de torneios esporádicos e excursões. Ela é composta por atletas que já passaram dos 20 anos ou que estão prontos para deixar o time sub-20, mas ainda precisam melhorar em alguns pontos. 

MAIS JUSTO

Um dos poucos pontos que faz a base do Santos sofrer críticas é o fato de muitos empresários ficarem com a maior parte dos direitos econômicos dos garotos. Do atacante Gabriel, por exemplo, que brilha no time principal, o clube tem apenas 10% de seus direitos. Segundo Lima, isso está mudando e o clube está passando a ter a maior parte dos garotos.

E os jovens ganham bônus conforme evoluem no clube. Existe divisões entre atletas destaque na categoria, convocados para seleções de base e aqueles que já são utilizados no time profissional esporadicamente.

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