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Santos revigorado para o clássico

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Por Agencia Estado
Atualização:

"Eu volto, a gente ganha do Corinthians e depois o Santos me libera", disse Robinho à pessoa que lhe transmitiu o recado do presidente santista, Marcelo Teixeira, pedindo para ele voltasse aos treinos na sexta-feira e participasse do clássico deste domingo. Teixeira não concordou, mas é quase isso o que vai acontecer. Até então, o jogo tinha o Corinthians como favorito, inclusive com a previsão de goleada de Tevez, Roger e companhia. Com a venda de Robinho ao Real, no começo da madrugada, e a confirmação de sua presença em campo, amanhã às 16h, na Vila Belmiro, o clássico foi virado de cabeça para baixo. O Santos capenga da véspera estava revigorado e alegre, no rachão de hoje cedo, no CT Rei Pelé. "Vamos golear", disse um torcedor, na porta do Centro de Treinamentos Rei Pelé, hoje cedo, quando Robinho acabava de cruzar o portão para fazer o seu único treino, em 30 dias, para jogar contra o time de coração do seu pai, Gilvan de Souza. "O jogo vai ser Robinho e mais 21", completou um outro santista. A mudança radical não foi apenas da torcida que passou de um instante para o outro do "Fica Robinho" para o "Vaza Robinho US$". Os jogadores, cabisbaixos e evitando a imprensa ultimamente, voltaram a brincar, hoje cedo, com a volta de Robinho e suas chuteiras prateadas. Já na sexta-feira, quando ainda eram quase nulas as possibilidades de Robinho jogar o clássico, as equipes de televisão da Baixada Santista não encontravam um torcedor nas ruas que falasse contra o rei das pedaladas, chamando-o de mercenário, que nos dias anteriores. Era a rendição do torcedor sofrido diante do maior ídolo do clube depois de Pelé e a esperança de o Santos entrar em campo com um time digno para enfrentar o arqui-rival Corinthians, amanhã à tarde. No CT hoje cedo, ninguém falou sobre as sofríveis atuações da equipe nas derrotas diante do da Gama e Ponte Preta, em casa, e do Cruzeiro, no Mineirão). O técnico Gallo, que esquentava a cabeça para melhorar o ataque, não deu entrevista e por isso não se sabe quem vai sair do time para a entrada de Robinho. Os candidatos são vários, mas o técnico deve optar pela dupla Robinho e Frontini, que entre todos os jogadores do grupo, é o que tem melhor presença na área, sobrando o banco para Diego, que acaba de chegar, emprestado pelo Inter-RS. Geovanni disse recentemente que um dos seus motivos de ter trocado o Olympiakos, da Grécia, pelo Santos, foi a vontade de jogar ao lado de Robinho, que ele via apenas pela televisão. Só que quando Geovanni foi liberado para jogar, no dia 12 de junho, contra o Fluminense-RJ, Robinho já estava na Seleção Brasileira e depois, não apareceu mais no Santos. Amanhã, Geovanni vai realizar o seu sonho. Desde quando Robinho se tornou titular, o Corinthians não derrota o Santos. São três anos e sete meses de tabu - a última vitória corintiana, por 2 a 0 (gols de Luizão e Galván, contra), na Vila Belmiro foi no dia 28 de outubro de 2001, pelo Campeonato Brasileiro. No Rio-São Paulo de 2002, sem Robinho, o Santos ganhou por 1 a 0, gol de William. Com ele foram oito jogos: três vitórias em 2002, um empate e uma vitória em 2003, uma vitória e um empate em 2004 e a vitória por 3 a 0 neste ano, na Vila Belmiro (dois gols dele e um de Léo). Há ainda um capítulo especial: a seqüência de pedaladas contra Rogério, o pênalti sofrido e por ele convertido, abrindo o caminho para a conquista do Campeonato Brasileiro de 2002, tirando o Santos de uma fila de 18 anos sem título. Jogada que se tornou um documento santista, exibido pelo mundo afora. Desde o momento que Robinho anunciou, ainda em Frankfurt, na Alemanha, durante as comemorações da conquista da Copa das Confederações pelo Brasil, no final de junho, que não voltaria a vestir a camisa do Santos e que estava indo para o Real Madrid, o time santista começou a perder qualidade. Logo em seguida, com a saída de Léo (o último campeão de 2002) e de Deivid, tornou-se uma equipe comum, com alguns lampejos de categoria de Giovanni, o ídolo da década de 90 - repatriado nove anos depois de ter ido embora para a Europa -, mais lento e sem o mesmo poder de finalização. Neste domingo, o Santos volta a ter uma referência em campo e a dúvida de como será o seu futuro quando terminar a série de sete jogos de despedida de Robinho. Se é que esse acordo vai ser cumprido à risca, mesmo com o seguro que o clube fez para o jogador, por exigência do Real Madrid. O Santos deverá jogar com Saulo; Paulo César, Rogério, Ávalos e Wendel; Fabinho, Bóvio, Ricardinho e Giovanni; Robinho e Frontini.

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