São Caetano garante não ter culpa na briga

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Por Agencia Estado
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Apesar da alegria pela classificação para as quartas-de-final da Libertadores, os jogadores do São Caetano ainda estavam assustados nesta quarta-feira com a confusão generalizada dentro do gramado do estádio Azteca, depois do jogo de terça. Além da briga com os atletas do América, os brasileiros tiveram que enfrentar a ira da torcida local. Logo após o término do jogo, Sílvio Luiz foi cercado por dois adversários: os atacantes Blanco, que tinha sido expulso minutos antes, e Navia, que tinha chutado e discutido com o goleiro do São Caetano durante a partida. "Eles vieram para cima de mim e eu apenas me defendi. Depois consegui entrar nos vestiários", contou o jogador. Além do goleiro, só mais três jogadores - Dininho, Serginho e Euller - alcançaram os vestiários, porque o portão de entrada, no corredor, foi trancado por outro adversário, o meia Oviedo. Aí, cercado, o elenco do São Caetano correu o risco de ser massacrado pelos torcedores, que invadiram facilmente o gramado. Depois de ficarem cerca de 15 minutos encurralados no gramado, os jogadores do São Caetano conseguiram aproveitar uma nova invasão da torcida para correrem em direção aos vestiários. A delegação só deixou o estádio depois de três horas, quando a polícia já tinha controlado a torcida do América. Mesmo assim, o ônibus foi protegido por 15 viaturas policiais. No hotel em que o clube estava hospedado a segurança foi reforçada e não houve problemas. A principal vítima da confusão foi o goleiro reserva do São Caetano, Fabiano, que brigou bastante e acabou recebendo uma pancada na cabeça. Só nos vestiários é que ele percebeu um sangramento: recebeu seis pontos no local. "Levei e bati, mas apenas sai em defesa dos meus companheiros", revelou o jogador, que foi flagrado pelas câmeras da TV esmurrando um membro da comissão técnica do América. Segundo Sílvio Luiz, tudo aconteceu muito rápido, não deu nem tempo dos jogadores do América ficarem irritados com a provocação do São Caetano, já que Fabrício Carvalho e Mateus comemoraram a classificação imitando uma águia, símbolo do time adversário. "Sinceramente nem vi nada, porque quando acabou o jogo eles vieram para cima de mim", contou o goleiro. "Quem exagerou na comemoração foi o Navia, lá em São Caetano, quando marcou o gol e ficou dançando na nossa frente. Na ocasião, ninguém comentou nada e nem fez nada com ele." O técnico Muricy Ramalho fez questão de inocentar seus jogadores. "Não vi ninguém exagerando na comemoração. Eles é que provocaram toda a briga, porque partiram em cima do Sílvio Luiz", explicou. A direção do São Caetano estava nas tribunas do estádio e acompanhou tudo de longe. O presidente Nairo Ferreira de Souza não quis registrar um boletim de ocorrência, mas promete fazer uma pesada representação contra o clube mexicano na Conmebol, a Confederação Sul-Americana de Futebol. "O que nós presenciamos foi uma guerra, um absurdo no futebol. Vamos exigir uma punição severa ao América, mesmo porque nossos jogadores correram risco de até perder a vida. Poderíamos ter sido vítimas de uma tragédia", afirmou o dirigente. Volta para casa - Os jogadores que não atuaram terça-feira realizaram exercícios físicos na manhã desta quarta e depois, todos tiveram a tarde livre na Cidade do México. A delegação do São Caetano só retorna ao Brasil na manhã de quinta. E no domingo, enfrenta o Figueirense, em Florianópolis, pelo Campeonato Brasileiro. Na Libertadores, agora nas quartas-de-final, o São Caetano irá enfrentar Sporting Cristal, do Peru, ou Boca Juniors, da Argentina, que decidem a vaga ainda nesta quarta-feira.

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