Publicidade

São Paulo aposta em guerra na Venezuela

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A surpreendente paz encontrada pelo São Paulo na chegada a San Cristóbal não ilude o seu treinador. Cuca espera um clima totalmente diferente no jogo de volta contra o Deportivo Táchira, nesta quarta-feira, às 21h45, pelas quartas-de-final da Taça Libertadores. O primeiro boicote já aconteceu: nesta terça, quando a delegação brasileira se preparava para treinar no estádio Puablo Nuevo, os venezuelanos proibiram o São Paulo de fazer o reconhecimento do gramado. Apesar do contra-tempo, o São Paulo não se abalou. O time está numa situação bem cômoda nesse mata-mata. Como venceu a primeira partida, por 3 a 0, no Morumbi, pode perder por uma diferença de até dois gols. Se perder por três gols, a decisão vai para os pênaltis. ?O jogo ainda está muito longe. Mas eu não tenho nenhuma dúvida: o bicho vai pegar no estádio?, alertava o treinador, nesta terça, antes mesmo de ficar sabendo que o time não poderia treinar no estádio do jogo. Cuca não espera exatamente uma guerra, nem preparou a sua equipe para isso. Ele entende que seria um grande risco para o São Paulo entrar em campo achando que o jogo terá o significado de uma batalha. ?Esse é o tipo do jogo que não dá para a gente prever nada. O time vai entrar em campo para jogar futebol. Se puser em prática o que foi trabalhado, volta para casa com a classificação.? Na sua palestra, nesta quarta, Cuca não pretende valorizar demais o tema. O técnico acha que não pode transformar eventuais pressões num fato mais importante do que o próprio jogo. Além disso, ele confia na maturidade de seus jogadores. ?Na hora, eles saberão como reagir. Aliás, ninguém está aqui para brigar. Nosso compromisso é jogar bola e voltar com a classificação.? Outra preocupação da Comissão Técnica era com a desgastante viagem. Foram oito horas de avião de São Paulo até Santo Domingo, na Venezuela, com escala em Manaus, e uma de ônibus, até San Cristóbal. Como o vôo foi fretado, as poltronas da aeronave foram remanejadas para que os jogadores pudessem viajar com um pouco mais de conforto. ?Além disso, viajamos com dois dias de antecedência?, acrescenta o preparador físico Carlinhos Neves. ?Há tempo de sobra para o time se recuperar.? Já a questão da vantagem construída no primeiro jogo, o discurso é o mesmo entre todos os são-paulinos. ?A vantagem de dois gols é considerável, mas não tem nada decidido?, sintetiza o goleiro Rogério Ceni, que parece ser mais temido pelos venezuelanos do que o artilheiro Luís Fabiano. ?Numa disputa por pênaltis, quem tem Rogério Ceni já sai na frente?, atesta Carlos Valera, repórter da rádio Activa, de San Cristóbal. Cuca nem quer pensar na hipótese dos pênaltis. O treinador, aliás, preparou a sua equipe para enfrentar uma grande pressão do adversário, especialmente nos primeiros 15 minutos. ?Se eu acho que vamos levar um sufoco? Acho, não. Tenho certeza. Eles vão jogar em cima da gente. Se o São Paulo tiver de passar sufoco, vai passar. Mas o que eles talvez não contem é que também nós podemos jogar em cima deles.? É praticamente certo que o São Paulo jogue com três zagueiros. Sem Gabriel, expulso no Morumbi, Cuca deve montar a defesa com Fabão, Diego Lugano e Rodrigo. Luís Fabiano, Danilo, Gustavo Nery e Alexandre, poupados no domingo, contra o Cruzeiro, no Mineirão, estão confirmados. A escalação oficial, porém, só sairá momentos antes da partida. Cuca não é de fazer mistérios mas concluiu que pela importância do jogo vale a pena deixar uma ponta de dúvida na cabeça dos venezuelanos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.