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São Paulo comemora 10 anos do bi mundial

Por Agencia Estado
Atualização:

O são-paulino não sabe se lamenta ou comemora. Faz exatamente 10 anos que o torcedor não festeja um grande título, não vê o nome da equipe no topo e não pode fazer gozação com os rivais Corinthians e Palmeiras, que conquistaram muito mais troféus recentemente. Resta, então, viajar no tempo e voltar a aquele 12 de dezembro de 1993, quando o esquadrão tricolor levantou a taça de bicampeão do mundo. A vitória por 3 a 2 sobre o Milan, no início de tarde de domingo em Tóquio e madrugada no Brasil, rendeu ao clube a segunda conquista seguida do Mundial - em 92, bateu o Barcelona por 2 a 1 - e um fabuloso crescimento de prestígio não só no País como na Europa e na Ásia. Foi a arrancada decisiva para se tornar um dos times mais vitoriosos da história do futebol brasileiro e para ver o número de torcedores dar considerável salto. A equipe contava com jogadores notáveis, como Zetti, Cafu, Leonardo, Toninho Cerezo e Müller, tinha um dos principais técnicos do planeta, Telê Santana, e mantinha boa condição financeira. Era outra época, em que os valores não atingiam níveis tão elevados, observam dirigentes. O goleiro Zetti, que participou dos dois Mundiais, afirma ter ficado menos tenso contra o Milan do que contra o Barcelona. "É que já tínhamos a experiência do primeiro jogo", justifica. E acha que, ao lado do elenco de 92, foi o melhor do qual participou. Cerezo, eleito o principal jogador em campo na final de 93, conta que a emoção foi indescritível. E Müller lembra que aquele gol, aos 42 minutos do segundo tempo, o do título, foi o mais emocionante da carreira. É verdade que foi meio sem querer, mas valeu do mesmo jeito. Curiosamente, mesmo uma década mais tarde, a maioria dos jogadores daquela conquista segue em atividade. Nenhum, porém, defende o São Paulo. Embora esteja ligado às maiores glórias do clube, Raí não fez parte do grupo do bi mundial, apenas ao da Libertadores de 93. Na época, já estava no Paris Saint-Germain. Na última sexta-feira, Telê Santana voltou ao Morumbi, onde foi homenageado pelo clube, e reviu lances da partida. Emocionou-se e provocou emoção em conselheiros e torcedores que participaram do evento. "Esperamos ter a competência que o Telê teve para voltar a conquistar a Libertadores e o Mundial", diz o presidente Marcelo Portugal Gouvêa. A possibilidade de sonhar está de volta, pois a equipe disputará a competição continental em 2004. Mas Marcelo Portugal Gouvêa e o restante da cúpula tricolor sabem: com esse time não dá.

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