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SÃO PAULO COMPLETA DEZ ANOS DO TRI DA COPA  LIBERTADORES

Conquista de 2005 marcou ano vitorioso e encerrou 12 anos de jejum

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Por Ciro Campos
Atualização:

Demorou 12 anos, um mês e 19 dias para o São Paulo voltar a conquistar a América do Sul. O título da Copa Libertadores de 2005, há exatos dez anos, levou ao Morumbi a terceira taça continental e encerrou a ansiedade da torcida com uma campanha cujo roteiro teve diversos feitos inéditos e algumas mudanças bruscas de rumo.

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Ao longo dos 14 jogos, o São Paulo trocou de treinador e de atacante titular. Tais alterações pareciam ter derrubado os pilares da equipe, mas quem chegou, conseguiu se encaixar perfeitamente a um clube que no ano anterior havia retornado a disputar a competição após dez anos. O planejamento iniciado em 2004 colheu como frutos em 2005 também o Campeonato Paulista, em abril, e o Mundial de Clubes, em dezembro.

Para reconquistar o título que era a obsessão o São Paulo precisou superar barreiras. Começou a campanha na altitude de La Paz, onde buscou um 3 a 3 no segundo tempo contra o The Strongest após estar perdendo por 3 a 1. Ainda conseguiu pela primeira vez na história pontuar em um jogo na Argentina, onde empatou com o Quilmes em 2 a 2.

A principal mudança de rumo veio em abril, quando o então técnico, Emerson Leão, aceitou uma proposta do futebol japonês e deixou a equipe logo após o título estadual. Paulo Autuori veio, manteve o esquema 3-5-2 e guiou a equipe pelo restante da Copa Libertadores.

A superação dos problemas naquela campanha teve Grafite como grande epicentro. O atacante destaque da equipe foi vítima de ato racista durante jogo contra o Quilmes, no Morumbi, e ainda se machucou gravemente nas quartas de final. O atleta tinha sido convocado para a seleção brasileira quando uma lesão no joelho o tiraria do restante da Libertadores. Do drama, veio o grande reforço para a reta final. Amoroso chegou para as semifinais e foi decisivo para o título.

Na campanha até a decisão quem brilhou foi Rogério Ceni. Autor de dois gols no mesmo jogo contra o Tigre, o goleiro terminou o torneio com cinco tentos e foi um dos artilheiros da equipe, ao lado de Luizão.

Dois fatos inéditos marcaram as fases derradeiras da competição. Pela primeira vez o São Paulo ganhou uma partida de Libertadores na Argentina. Os 3 a 2 sobre o River Plate, no Monumental de Núñez, credenciaram a equipe para estar em campo na primeira decisão da história entre clubes do mesmo país.

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Antes de receber o Atlético-PR no lotado Morumbi o clube precisou aguardar a resolução de uma polêmica. O local da primeira partida da decisão ficou sob suspense enquanto a Conmebol decidia se a Arena da Baixada poderia atender aos requisitos de capacidade mínima do estádio para abrigar uma final. Por não poder receber 40 mil torcedores, o local foi vetado e a penúltima parada antes da sonhada taça foi em Porto Alegre.

Entre tantas surpresas, pelo menos a final aparentemente deu a lógica para a torcida são-paulina. A equipe manteve o 100% de aproveitamento no Morumbi, comprovou o favoritismo e em novo episódio raro, aplicou um placar elástico na decisão. A goleada por 4 a 0 é a maior goleada da história de finais de Libertadores. 

CAMPANHA

Fase de grupos

3/3 - The Strongest 3 x 3 São Paulo

9/3 - São Paulo 4 x 2 Universidad de Chile

16/3 - Quilmes 2 x 2 São Paulo

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13/4 - São Paulo 3 x 1 Quilmes

21/4 - Universidad de Chile 1 x 1 São Paulo

11/5 - São Paulo 3 x 0 The Strongest

Oitavas de final

18/5 - Palmeiras 0 x 1 São Paulo

25/5 - São Paulo 2 x 0 Palmeiras

Quartas de final

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1º/6 - São Paulo 4 x 0 Tigres

15/6 - Tigres 2 x 1 São Paulo

Semifinal

22/6 - São Paulo 2 x 0 River Plate

29/6 - River Plate 2 x 3 São Paulo

Final

6/7 - Atlético-PR 1 x 1 São Paulo

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14/7 - São Paulo 4 x 0 Atlético-PR

FICHA TÉCNICA DA DECISÃO

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Fabão, Lugano e Alex Bruno; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior (Fábio Santos); Amoroso (Diego Tardelli) e Luizão (Souza). Técnico: Paulo Autuori.

ATLÉTICO-PR: Diego; Jancarlos, Danilo, Durval e Marcão (Rodrigo); Cocito, André Rocha (Alan Bahia), Evandro e Fabrício; Lima (Fernandinho) e Aloísio. Técnico: Antônio Lopes.

Gols: Amoroso, aos 17 minutos do 1º tempo. Fabão, aos 8, Luizão, aos 26 e Diego Tardelli, aos 44 minutos do segundo tempo.

Público: 71.986 pagantes (Renda de R$ 3.026.395,00)

Local: Morumbi

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