São Paulo e Corinthians decidem título

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Por Agencia Estado
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A final do Campeonato Paulista, que já teve seu título dividido entre dois clubes (Santos e Portuguesa, em 1973), pode terminar sem volta olímpica e nenhuma das torcidas festejando, pelo menos oficialmente. Basta que o São Paulo vença o Corinthians, neste sábado, às 18 horas, no Morumbi, por um gol de vantagem. Nesse caso, a decisão volta ao tribunal de Justiça Desportiva (TJD). Qualquer outro resultado ? vitória ou empate do Corinthians e vitória São Paulo por, no mínimo, dois gols de diferença ? define o campeão de 2003. Coroando um início de temporada marcado pela bagunça (vale lembrar da confusão protagonizada pelas emissoras de TV e Federação Paulista de Futebol pelos direitos de transmissão), o ex-estadual mais bem organizado do Brasil agoniza. Graças ao imbróglio jurídico que se tornou a polêmica sobre a vantagem na decisão. De um lado, os corintianos, que venceram o primeiro jogo por 3 a 2, brigam para ter o direito de perder até por um gol de diferença. Do outro, os são-paulinos alegam que tal resultado leva a conquista para o Morumbi. Tudo por causa de um regulamento mal redigido, o que permitiu mais de uma interpretação. Durante toda a sexta-feira, os corredores do Parque São Jorge, do Morumbi e do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, ficaram movimentados. Chegou ao ponto extremo de os jogadores, verdadeiras estrelas da decisão, ficarem relegados a segundo plano. Logo pela manhã, a diretoria do Corinthians fora notificada de que o presidente do STJD, Luiz Zveiter, havia deferido o requerimento de efeito suspensivo requerido na véspera pelo clube a fim de suspender o resultado da reunião do Comitê Executivo da FPF. Na quarta-feira, seus sete integrantes homologaram, por 6 votos a 1, a decisão do presidente da entidade, Eduardo José Farah, que, mesmo licenciado, já havia dito publicamente que a vantagem seria do São Paulo. De acordo com o artigo 21 do regulamento, Farah não poderia agir dessa forma, uma vez que cabe ?exclusivamente? ao Comitê emitir pareceres sobre interpretações do mesmo. O Corinthians, por meio de seus advogados, recorreu na quinta-feira ao TJD. Como o prazo regimentar para o julgamento do mérito é de, aproximadamente, 15 dias, a diretoria resolveu ir ao STJD. ?É um procedimento normal, uma vez que, quando for julgado o mérito, a competição já vai ter acabado?, explicou o vice-presidente de Futebol corintiano, Antonio Roque Citadini. Zveiter acatou a argumentação e emitiu seu primeiro despacho. No documento, garante o título ao clube que somasse mais pontos. No caso, só o Corinthians poderia se encaixar nessa determinação, graças aos três conquistados com a vitória no último fim de semana. Sentindo-se prejudicados, os são-paulinos elaboraram um pedido, encaminhado no final da tarde, solitando que o STJD reconhecesse o título da equipe do Morumbi em caso de vitória por dois ou mais gol. Nem precisava tal esforço. Reconhecendo um certo exagero de Zveiter, o próprio Corinthians encarregou-se de fazer o mesmo pedido. O presidente do STJD acatou a solicitação e o segundo despacho saiu no final da tarde.

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