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São Paulo: Falcão passa no 1.º teste

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Por Agencia Estado
Atualização:

Se a primeira impressão é a que fica, o torcedor são-paulino que foi nesta quinta ao Morumbi saiu do estádio com a forte sensação de ter visto um pequeno novo fenômeno surgir no futebol. Em 10 minutos, Falcão, maior jogador de futsal do mundo, fez mais que os outros três meias do São Paulo (Marco Antônio, Danilo e depois Vélber) haviam feito, juntos, no jogo inteiro. Os "10 minutos mágicos" de Falcão foram o toque final na vitória do São Paulo por 4 a 2 sobre o Ituano. Os quatro gols são-paulinos saíram de jogadas de bolas alçadas na área do Ituano. Diego Tardelli, Lugano, Rodrigo e Grafite marcaram para o São Paulo, enquanto que Ricardo Oliveira e Rômulo descontaram para o Ituano. O próximo jogo do São Paulo é domingo, contra o América, em Rio Preto. Quando Falcão entrou, aos 36 do segundo tempo, o jogo estava 3 a 1. Em um minuto, recebeu no meio-de-campo e lançou Grafite, deixando o atacante na cara do gol. Grafite desperdiçou a chance, mas a torcida quase veio abaixo com a jogada de Falcão. A histeria aumentou no minuto seguinte, quando o ex-craque do futsal deu um passe de letra no meio-de-campo e depois apareceu na frente para arriscar um chute de fora da área. O goleiro André Luís espalmou para escanteio. Os pouco mais de 6 mil torcedores que enfrentaram chuva para ir ao Morumbi, de noite, se empolgaram. Um frenesi tomou conta do estádio. Um torcedor cutucava o outro, perguntando: "Caramba, você viu o Falcão?" "Não vou me iludir com esses 10 minutos. Foram bons, eu sei, mas ainda tenho muito a mostrar", disse o ex-jogador de futsal, que não escondeu a mágoa com as críticas que andou recebendo. "Chegaram a falar que meu primeiro treino foi de doer. Isso magoou. Mas o que fiz não foi uma resposta. Só acho que mereço respeito". O goleiro Rogério Ceni, capitão do São Paulo, elogiou bastante a atuação de Falcão. "Ele provou que pode nos ajudar bastante". O técnico Emerson Leão disse ter acertado ao colocar o jogador no fim da partida, quando o São Paulo vencia por 3 a 1. "Estava na hora de colocá-lo. O outro time estava com a parte física afetada, com a movimentação lá embaixo, e isso fazia com que os espaços para o nosso time ficassem maiores. Era o momento para colocar um jogador técnico e habilidoso como o Falcão". O ex-jogador do futsal agradeceu. "O Leão tem me dado muita força, mostrando muita confiança no meu futebol". Falcão, que teve passagens frustradas pelo Palmeiras em 2001 e pela Portuguesa em 2002 (nas duas ocasiões ele nem chegou a jogar, só treinou), disse que ainda tem muito a melhorar. "Com o tempo, vou me adaptando melhor". Já o atacante Diego Tardelli reconheceu que o time não foi bem no primeiro tempo, mas elogiou bastante a atuação do São Paulo no segundo. E comemorou o fato de ter começado o ano com o pé direito, fazendo o primeiro gol do time na temporada. "Alcancei meu objetivo, que era iniciar bem o ano. Vou procurar dar seqüência agora". A arbitragem de Cléber Wellington Abade gerou muitas reclamações dos são-paulinos. Tudo começou quando o atacante Gílson, do Ituano, deu um carrinho por trás em Mineiro, derrubando o volante tricolor. Ao invés de marcar a falta e dar um cartão de advertência para o jogador do Ituano, Abade resolveu encerrar o primeiro tempo. Todos os atletas do São Paulo, e mais o técnico Emerson Leão, foram reclamar com o árbitro. "E o pior é que ele disse que nem foi falta. Pelo jeito, vou ter que aprender muito ainda de futebol", ironizou Leão. "Por muito menos, ele (Abade) deu três cartões amarelos para o nosso time", emendou o goleiro Rogério Ceni. Ainda com relação à arbitragem, um fato curioso chamou a atenção no Morumbi. Aos 5 minutos do segundo tempo, quando a torcida mais protestava contra o juiz, o sistema de som do estádio entrou em ação para informar: "O árbitro da partida é o senhor Cléber Wellington Abade". Por um segundo, os torcedores se calaram, sem entender nada. Em seguida, voltaram a vaiar Abade. Desta vez, chamando-o pelo nome e tudo.

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