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São Paulo já não sofre mais com a zaga

Por Agencia Estado
Atualização:

A defesa deixou de ser um problema crônico no São Paulo. Setor sempre mais criticado nos últimos anos, hoje recebe elogios por seu desempenho: em seis jogos o time sofreu apenas quatro gols. Com Rojas, o time já havia sofrido uma melhora em relação aos técnicos anteriores, principalmente Oswaldo de Oliveira, mas a solução encontrada pelo chileno é bem diferente da opção de Cuca. Para proteger Rogério Ceni, Rojas escalou várias vezes o time com três zagueiros e com três volantes, deixando a criação de jogadas no ataque como uma longínqua opção. Cuca preferiu (ou teve condição) de apostar na melhoria técnica dos jogadores. Trouxe uma nova dupla de zaga, formada por Fabão e Rodrigo, e também dois novos laterais, Cicinho e Fábio Santos, no lugar de Gabriel e Fabiano. Fabão jogou com Cuca no Goiás. Era o capitão e jogador de confiança do treinador. Depois de um início conturbado no Flamengo, transformou-se em um jogador bem mais confiável no Goiás. E foi contratado também como uma arma nas cobranças de falta. Chuta muito forte, e será uma opção a mais na bola parada, tipo de jogada em que o São Paulo conta apenas com Rogério Ceni. A confiança de Cuca em Fabão é tão grande que o colocou de volta ao time mesmo com a boa partida de Diego Lugano contra o América, quando Fabão cumpria suspensão automática por haver sido expulso contra a Portuguesa Santista. Cuca mexeu no time que havia vencido, e foi recompensado com os gols de Fabão contra Alianza Lima e Corinthians. Rogério Ceni tem elogiado a nova dupla de zaga. "Tenho confiança total nos meus zagueiros. O Fabão, o Rodrigo e também o Lugano são ótimos, e me dão muita tranqüilidade." Se Fabão foi indicação de Cuca, Rodrigo chegou com recomendação de Ronaldão, ex-jogador do São Paulo e atual dirigente da Ponte Preta. Consultado por Juvenal Juvêncio, disse que Rodrigo faria história no São Paulo. Mesmo com o erro grotesco que cometeu contra o Santos. Quis driblar Diego, perdeu a bola e permitiu a virada, em Campinas. Foi seu último jogo pela Ponte. Vaiado pela torcida e cansado de receber salários sempre atrasados, foi à Justiça, ganhou o passe e veio para o São Paulo. No jogo contra a Portuguesa Santista, quando estreou, deu um susto na torcida, que acabou aplaudindo-o. Era o último homem, e deu um drible desnecessário no atacante Jean. Muitos lembraram do erro que cometera contra o Santos, mas Rodrigo saiu-se bem. É autoconfiante, o que talvez não seja muito recomendável. Cuca tem uma fixação: não admite sofrer gols de cabeça e ficou muito irritado com o gol sofrido em Lima, contra o Alianza. É um ponto a favor de Lugano, mais alto que Rodrigo e muito efetivo na bola aérea, mas por enquanto não há indicação de mudanças. Com a entrada de Cicinho em lugar de Gabriel, o técnico ganhou mais poder de marcação e não perdeu no apoio ao ataque. O treinador gosta muito de Fábio Santos. Ele o considera um jogador forte e habilidoso, com muito futuro no futebol. Com a saída de Gustavo Nery, que terá seu contrato terminado em junho, ele deve ser fixado na esquerda. Com um ou com outro, Cuca não tem a mesma projeção ofensiva que Rojas tinha com Fabiano, mas ganha força na marcação. Depois de muito tempo, a preocupação de um técnico do São Paulo deixou de ser a defesa. Basta ver como a maioria das substituições envolve Marquinhos, Gustavo Nery, Vélber e Danilo. Todos responsáveis pela armação de jogadas. É o que preocupa.

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