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São Paulo marca no fim com Kardec e amplia crise no Palmeiras

Saída de Valdivia no começo do segundo tempo prejudica o time de Ricardo Gareca, que vê o rival vencer no Pacaembu por 2 a 1

Por Fernando Faro
Atualização:

É possível separar o primeiro tempo do clássico entre Palmeiras e São Paulo entre antes e depois da lesão (mais uma) de Valdivia, que deixou precocemente a partida aos 14 minutos após aparentemente sentir a coxa direita. Até então, o Palmeiras comandava o clássico e tinha uma postura bem mais agressiva na marcação da saída do adversário – quando recuperava a bola, era o chileno quem puxava os principais ataques pelo lado esquerdo. Com a ausência do meia, o Palmeiras perdeu a criação no meio de campo e acabou perdendo a partida por 2 a 1.

O problema para o Alviverde é que está bastante claro que não dá para esperar que Valdivia tire a equipe do buraco já que sua condição física precária não o deixa jogar em alto nível por muito tempo. E é justamente o meia quem tem o condão de fazer algo diferente numa equipe apenas esforçada tecnicamente, mas sem nenhum brilho individual.

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Sem Valdivia, o São Paulo parou de tomar sufoco, mas não conseguiu produzir rigorosamente nada de interessante. Impressiona a falta de mobilidade da equipe. Quando um jogador pegava a bola, os outros limitavam-se a ficar olhando e não procuraram espaços para oferecer opção de passe. Kaká foi quem mais tentou construir, mas deparou-se com a morosidade dos companheiros. Para piorar, a escalação de Paulo Miranda pelo lado direito (para fechar os avanços de Valdivia naquele setor), ceifou a opção de jogar pelos lados.

Dessa forma, a primeira etapa foi um teste de paciência para quem foi ao Pacaembu. Passes errados, finalizações tortas e um enorme saudosismo dos dias de Copa do Mundo, quando a bola era tratada com o carinho e a deferência que merece. 

Nem mesmo o reencontro de Alan Kardec com os palmeirenses era capaz de animar o clássico. Além de pouco pegar na bola até aquele momento, ele, que jogou recuado no meio, só foi xingado uma vez. Mal sabiam os palmeirenses o que estaria por vir do seu antigo ídolo.

Erros. Só mesmo uma falha individual poderia mudar a sorte do jogo e ela veio primeiro com Fabio, que errou a saída de deu para Ganso, que apenas serviu para Pato abrir o placar, aos oito minutos. O Palmeiras acusou o golpe e só não viu o jogo ser liquidado porque Kaká e Kardec perderam boas chances.

Sem opção, o Palmeiras se abriu e passou a espremer a frágil defesa do rival. Na base do abafa, conseguiu um pênalti após o árbitro marcar toque de mão de Edson Silva e Henrique, com categoria, empatou.

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O jogo seguiu tecnicamente sofrível, mas ao menos ganhou em emoção. O Palmeiras continuou em cima em busca da virada e voltou a ter o controle do jogo, mas esbarrou mais uma vez nas próprias pernas.

Depois de ver Leandro e Henrique perderem duas chances incríveis na sequência, os palmeirenses ainda levaram um doloroso golpe de misericórdia: Alvaro Pereira cruzou pelo alto e Kardec subiu mais que a defesa, para, aos 43, recolocar o Tricolor na frente. Ele não se furtou de comemorar muito e deixar a antiga torcida com um motivo a mais para lamentar. O destino foi cruel com o palmeirense.

FICHA TÉCNICA:

PALMEIRAS 1 x 2 SÃO PAULO

PALMEIRAS - Fábio; Wendel, Lúcio, Tobio, Victor Luis; Renato, Marcelo Oliveira, Allione, Valdivia (Felipe Menezes, Leandro); Mouche (Cristaldo) e Henrique. Técnico: Ricardo Gareca.

SÃO PAULO - Rogério Ceni; Paulo Miranda, Toloi, Edson Silva, Alvaro Pereira; Denilson, Souza, Paulo Henrique Ganso (Hudson), Kaká; Alan Kardec e Pato (Ademilson). Técnico: Muricy Ramalho.

GOLS - Pato, aos 8, Henrique (pênalti), aos 15, e Alan Kardec, aos 43 minutos do segundo tempo.

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CARTÕES AMARELOS - Souza, Tobio, Edson Silva, Lúcio, Toloi, Alvaro Pereira.

ÁRBITRO - Péricles Bassols Pegado Cortez (Fifa/RJ).

RENDA - R$ 822.657,00.

PÚBLICO - 20.267 pagantes (21.643 no total).

LOCAL - Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).

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