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São Paulo: Momento ruim é fatalidade

Por Agencia Estado
Atualização:

Ninguém vê fantasmas no São Paulo, apesar de eles estarem se materializando a cada rodada. O time completou seis partidas sem vencer, é o quinto pior na classificação - e caem quatro -, cedeu o empate após estar vencendo por 3 a 0 (o que faz voltar a fama de "amarelão"), mas ninguém se desespera. Tristes, sim, desesperados não. Muito longe disso. Assim era o clima no CT do São Paulo da Barra Funda um dia após o empate por 3 a 3 com o Palmeiras, depois de estar na frente com 3 a 0. Os jogadores não reconhecem palavras como crise, rebaixamento, amarelão, displicência. Preferem falar em fatalidade. "Sabe qual é a chance de o São Paulo ser rebaixado? Zero por cento. Pode ter certeza", pergunta e responde Cicinho, sem titubear. Alex não gosta quando se fala na síndrome do amarelão. "De novo essa conversa? Esse time não afina para ninguém. Nós ganhamos do River lá na Argentina. Será que já esqueceram?" Richarlyson assume apenas a insatisfação com os gols tomados nos últimos minutos de jogo. "Isso realmente incomoda. Tem tirado muitos pontos do nosso time. Quanto ao rebaixamento e esse negócio do amarelão, não tem nada a ver. Nós vamos mostrar nossa força já no próximo jogo." Ele fala em ganhar 12 pontos até o fim do primeiro turno. O que significa vitórias contra Goiás, amanhã no Morumbi; Figueirense, em Florianópolis; Fortaleza, em casa, e Atlético-PR, na Baixada. "Menos que isso não dá para esperar. Nosso elenco é forte e tem de provar isso a cada jogo. Vamos dar essa resposta para nossa torcida", assinala. Alex também fala em quatro vitórias, mas é mais modesto - ou sincero? - ao aceitar um "plano B". "Se a gente ganhar mais dez pontos nesses quatro jogos, significa que não perdemos. E isso vai ser muito bom. Uma série dessas embalaria a gente para o restante do campeonato." Os jogadores esboçam uma reclamação contra o árbitro Cleber Wellington Abade pelos três minutos de acréscimo no jogo contra o Palmeiras, mas é uma justificativa um pouco envergonhada, bem tímida. Sabem que não há desculpa. "Olha, o que pega mesmo é tomar gol aos 48 do primeiro tempo e 43 do segundo. E não dá para falar que a gente foi sufocado pelo Palmeiras. Jogamos melhor e eles reagiram. Acho que, quando não é para ser, não é mesmo", diz Alex, falando como fatalidade. Cicinho procura elogiar o adversário. "Um empate no clássico não é ruim. Somamos um ponto", lembra, antes de voltar à realidade: "Como torcedor, tinha certeza que o jogo havia acabado. Como jogador, não dá para pensar assim." A promessa de todos é vencer o Goiás. A mesma que foi feita e não cumprida contra Brasiliense, Atlético, São Caetano, Juventude e Palmeiras. É hora de acordar. "Não adianta lembrar da Libertadores e pensar no Mundial, esquecendo o Brasileiro. Mesmo porque se continuar assim muita gente que está aqui não chega ao Mundial", diz Cicinho, colocando um novo fantasma no Morumbi. Talvez esse fantasma - mais concreto - assuste os jogadores e o Goiás pague o pato.

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