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São Paulo monta nova "fábrica"

Por Agencia Estado
Atualização:

O Centro de Formação de Atletas Presidente Laudo Natel é a grande aposta do São Paulo para manter sua vocação de clube que revela e exporta jogadores em grande quantidade. É um complexo impressionante, ainda que incompleto. Com 220 mil m², é cinco vezes maior que o CT da Barra Funda, onde treinam e se alojam os profissionais. São dez campos, vestiários, alojamentos, refeitórios e a sede administrativa. Terá também um centro de reabilitação esportiva, fisioterápica e fisiológica, com mais de 100 equipamentos. Serão 1.200 m² de construção, em uma área de mais de sete mil m². A aposta está feita. E o São Paulo tem certeza que ela trará lucros financeiros e técnicos. A inauguração parcial será em junho, já com cinco campos funcionando e capacidade para alojar 90 jogadores das categorias de base. "Esse Centro será um dos cinco melhores do mundo, no nível do de times como Real Madrid, Manchester e Chelsea", diz João Paulo de Jesus Lopes, diretor de planejamento, lembrando que, em outros clubes, os CT englobam profissionais e juniores, ao contrário do que se faz no São Paulo. O terreno do Centro de Formação de Atletas custou R$ 2,2 milhões ao clube e foi comprada de um haras. O São Paulo já gastou R$ 4 milhões nas obras e espera recuperar esses investimentos a médio prazo. "Os custos para alojamento das categorias de base eram de R$ 300 mil mensais. Tínhamos jogadores em um Centro de Treinamentos em Guarapiranga e em Barueri, que pertence ao Zé Roberto Guimarães, da seleção feminina de vôlei. São valores que economizaremos e que em acabarão pagando o que se gastou em Cotia", diz Lopes. Além da economia, o Centro de Formação passa a fazer parte do patrimônio do clube. O que não acontece com os Centros de Treinamento da Barra Funda e de Guarapiranga, que o São Paulo utiliza em forma de comodato. "É a grande obra dessa diretoria", afirma. O lucro também será técnico, acredita Júlio Moraes, diretor de futebol amador. "Hoje, os jogadores estão alojados no Morumbi e tomam ônibus para treinar em campos que alugamos. Cada um vai para um local, não há integração. Isso vai acabar", explica. Todos os técnicos e preparadores físicos trabalharão juntos. "Isso vai permitir a troca de informações que é fundamental nessas categorias. Com dez campos, o treinador do júnior vai poder observar o treino de um juvenil que ele dirigirá no ano seguinte. Vai ser muito bom para o clube", diz Moraes. Enquanto os jogadores não se mudam, Moraes acerta os detalhes de um convênio com a escola ECO, de Cotia, onde todos estudarão. "É muito boa, de primeiro nível." Tanta preocupação não é por acaso. "Uma nova lei será aprovada no Congresso em pouco tempo. Os clubes formadores de atletas receberão uma porcentagem maior na venda dos jogadores. E quanto maior o nível dos Centros formadores, maior será a parte que caberá aos clubes", explica Júlio Moraes. Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol, acredita que o Centro de Formação de Atletas ajudará o São Paulo na disputa com empresários pela descoberta de novos talentos. "Muitos jogadores adultos, quando têm ofertas semelhantes - de outro clube e do São Paulo - preferem ficar com a gente por conta da infra-estrutura que oferecemos. Acredito que os pais de um garoto vão pensar de forma semelhante quando virem a maneira profissional e científica como os jogadores serão tratados aqui."

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