Aposta da Comissão de Arbitragem para ser a brasileira na Copa do Mundo Feminina, Edina Alves Batista, paranaense de Goioerê, a 530 km de Curitiba, se divide entre carreira e negócios. Trabalha com eventos esportivos e ajuda a administrar a empresa de máquinas industriais da família. Mas diz que sua paixão é o apito.
Há preconceito por ser mulher? O respeito é muito grande. Melhorou muito de uns anos para cá. Mas quando a gente erra é complicado porque, por ser mulher, a cobrança é maior. Quando o homem erra, é individualizado. Quando é a mulher, são todas que erram.
Você diz que se inspira no Heber Roberto Lopes (juiz do Paraná). Também é disciplinadora? A gente tem de ter esse estilo. Disciplina acima de tudo. Não pode deixar o jogo descambar.
Qual foi a pior situação por que passou? Foi no amador, em 2002, bem no começo da carreira. Expulsei um jogador, ele tirou o cartão da minha mão e rasgou. Aí eu tirei outro vermelho que tinha no outro bolso e mostrou de novo. Ele ficou surpreso e acabou saindo.
Qual jogo mais te marcou? Apitei este ano um jogo da Série D (Aparecidense x União Rondonópolis). Exigiu muito, velocidade, deslocamento, fundamento de área... Teve muito contra-ataque. A rádio de lá me deu nota nove.
Nos estádios mais acanhados, há dificuldade para trocar a roupa, ir ao banheiro? Os meninos respeitam muito a gente. Pego uma cadeira, coloco minhas coisas, protetor solar, meus cremes, batom, perfume e me troco. Não há constrangimento.
Maquiagem é item obrigatório? Discreta, senão chama muita atenção. Mas tem de ter.