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Camisa 9 da seleção brasileira tem disputa acirrada a menos de um ano da Copa do Mundo

No atual ciclo, Tite já testou Firmino, Richarlison, Gabriel Jesus, Gabigol e Matheus Cunha na posição, que ainda não tem dono

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Foto do author Pedro Ramos
Por Pedro Ramos
Atualização:

A seleção brasileira segue buscando um nome para a vaga de centroavante de olho na Copa do Mundo de 2022. Enquanto outras posições estão bem encaminhadas, a camisa 9 ainda não tem um dono. No atual ciclo, o técnico Tite testou Firmino, Richarlison, Gabriel Jesus, Gabigol e Matheus Cunha, quase todos com características diferentes, mas até agora ninguém assumiu de vez a vaga. Desde Fred, do Fluminense, a seleção brasileira passou a ter menos jogadores mais fixos na área. 

A falta de um grande goleador não chega a ser um problema. No atual ciclo, 22 jogadores ajudaram o Brasil a marcar 83 gols em 42 jogos, uma média de 1,97 por partida. Em 2021, o artilheiro foi Neymar, com sete gols, seguido por Lucas Paquetá, com quatro, dos 26 que o Brasil fez entre Eliminatórias e Copa América.

Gabigol é um dos vários candidatos a ser dono da camisa 9 da seleção brasileira na Copa do Mundo, de 2022. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

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A busca por um camisa 9 foi uma constante no atual ciclo. Logo após a Copa do Mundo de 2018, em que Jesus teve mau desempenho na função, Tite passou a dar mais chances a outros jogadores, em especial, Roberto Firmino. O jogador do Liverpool não conseguiu reproduzir regularmente na seleção o seu bom futebol no time inglês. Firmino tem perfil mais de garçom e é menos goleador que seus concorrentes na posição. Também por isso, atuou em algumas partidas atrás do centroavante, como um meia. Foram 10 gols no total.

De todos os cinco atacantes, quem mais jogou foi Richarlison. O atacante do Everton entrou em campo em 32 dos 42 jogos do Brasil neste ciclo e deve ter presença carimbada na Copa do Mundo. Com bom porte físico, fez bons jogos, mas ainda não cravou a titularidade.

Gabriel Jesus pode ser opção principalmente pelas pontas e não mais só como camisa 9 da seleção brasileira. Recentemente, tanto no Manchester City como no Brasil, passou a ser mais utilizado aberto pela direita. Tem oito gols no ciclo e um longo jejum sem gols. Não marca desde julho de 2019.

"O Gabriel é um atacante ou 9 ou 7. Ou ele é de lado, na ponta, externo agressivo ou ele é nove também de infiltração, da profundidade. E ele tem as características tanto para uma como para outra", disse Tite em entrevista coletiva, em outubro.

Quem também busca uma vaga no Mundial do Catar é Gabigol, considerado o principal atacante do futebol brasileiro nos últimos anos. O jogador fez 104 gols em 149 partidas nas últimas três temporadas e ajudou o Flamengo a conquistar nove títulos, contando dois Brasileiros e uma Libertadores. Com passagens por todas as seleções de base, foi campeão olímpico nos jogos do Rio de 2016, mas na equipe principal ainda busca seu espaço. Foram apenas 13 jogos pelo Brasil neste ciclo, sendo sete como titular, e três gols.

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Em junho, após atuação discreta de Gabigol na goleada do Brasil sobre o Peru por 4 a 0, Tite pediu tempo para o jogador conseguir melhor adaptação na seleção. “O futebol é feito de calma. Se não, a gente cria uma expectativa excessiva e acha que o jogador já tem que entrar e produzir tudo o que ele faz no seu clube”.

Já em setembro, descreveu como prefere utilizá-lo. “Tendo observado ele no Flamengo e no Santos, ele é um jogador que precisa de espaço de movimentação. Se for para ter o Gabriel só como pivô de frente, eu vou retirar as melhores características dele”, avaliou.

A concorrência ficou ainda mais acirrada no segundo semestre deste ano. O atacante Matheus Cunha, de 22 anos, entrou na disputa após grande desempenho na conquista do ouro olímpico nos Jogos de Tóquio. O atacante se transferiu para o Atlético de Madrid, mas tem ficado mais no banco de reservas. Já recebeu três oportunidades na seleção brasileira e ainda não marcou. Matheus Cunha foi titular pela primeira vez no empate em 0 a 0 contra a Argentina, em novembro.

Outros nomes correm por fora como Arthur Cabral, ex-Ceará e Palmeiras, que vive grande fase no Basel, da Suíça. Até aqui, foram 27 gols em 29 partidas na temporada. Com ótimos números, foi convocado em outubro na vaga de Matheus Cunha, cortado por lesão, mas ainda não entrou em campo. Já Pedro, do Flamengo, só atuou uma vez saindo do banco e, sendo reserva de Gabigol, tem poucas chances na seleção.

Richarlison entrou em campo em 32 dos 42 jogos do Brasil neste ciclo e deve ter presença carimbada na Copa do Mundo. Foto: Lucas Figueiredo/CBF