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Seleção chega sem glamour nos EUA

Diferentemente da recepção dos jogadores no embarque para Los Angeles, a equipe tetracampeã do mundo não teve tietes a sua espera.

Por Agencia Estado
Atualização:

A seleção brasileira desembarcou nesta quinta-feira em Los Angeles como se fosse um grupo de anônimos. Ninguém viu, ninguém foi recepcionar, ninguém ficou sabendo. Os jogadores e a comissão técnica chegaram ao Aeroporto Tom Bradley por volta 10h30 (15h30 de Brasília) sem chamar a atenção. Os torcedores e os jornalistas não apareceram para fazer entrevistas ou pedir um autógrafo. Apenas duas emissoras de TV hispânicas estiveram presentes no local para colher algumas declarações do atacante Romário, o único que os norte-americanos conhecem. A equipe dirigida pelo técnico Emerson Leão vai enfrentar os Estados Unidos, no sábado, às 18h de Brasília, no Estádio Rose Bowl, palco da final da Copa do Mundo de 1994, em que Brasil derrotou a Itália nos pênaltis e conquistou o tetracampeonato. Romário e Cafu, que participaram daquele jogo, vão rever o local pela primeira vez quase sete anos mais tarde. Os americanos não dão tanta importância ao amistoso. Primeiro, porque o futebol não é o esporte preferido e, depois, porque a seleção está mais preocupada com a disputa das eliminatórias pela Concacaf. Na noite de quarta-feira, a equipe venceu o México por 2 a 0, em Columbus, Ohio, e deu um passo importante para se classificar para o Mundial de 2002. Três, das seis seleções que participam da fase final da competição, garantem vaga na Copa. Apesar do desinteresse, a Federação de Futebol dos Estados Unidos espera cerca de 40 mil pessoas no estádio. Os ingressos variam de US$ 20 a US$ 40. A ABC, rede de televisão local, transmitirá a partida para o país, embora não venha conseguindo grande audiência com o esporte mais popular do mundo. No jogo Estados Unidos x México, a emissora alcançou média de 4 pontos, número considerado muito baixo. "Os americanos quase não conhecem nossos jogadores, eles perguntam quem é quem", observou Pedro Santilli, treinador de goleiros. "O futebol não faz parte da cultura deles, mas estive conversando com um americano durante o vôo para Los Angeles e ele me disse que as crianças estão praticando muito mais futebol que antigamente", ressaltou o meia Juninho. Leão considera, no entanto, o amistoso importante para a preparação da seleção, que, no fim do mês, enfrentará o Equador, em Quito, pelas eliminatórias. "O jogo vai ser difícil, porque todo mundo quer ganhar da seleção número um do mundo." O confronto é o chamado "jogo da Nike". Foi marcado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para cumprir o contrato com a empresa que patrocina a seleção. O acordo assinado entre a multinacional e a CBF, em 1996, previa que o Brasil teria de fazer 5 amistosos por ano, recebendo US$ 500 mil por cada. Como o calendário não permite a realização de tantos jogos numa temporada, o contrato foi alterado e prevê somente dois. Portanto, haverá apenas mais um "jogo da Nike" em 2001. A prioridade da CBF era marcar uma partida com uma seleção européia, mas apenas a Grécia estava disponível. Na quarta-feira, o Brasil enfrentará o México, fechando a mini-excursão pela América. Nesta quinta-feira à tarde, Leão comandou o primeiro treino, no Coliseum, em Los Angeles, local onde foi feita a festa de abertura dos Jogos Olímpicos de 1984. Quase todos os jogadores se apresentaram ao treinador. Somente Cafu e Emerson, da Roma, e Robert, do Santos, não haviam chegado até o início da noite. O time que enfrentará os Estados Unidos deve ser: Rogério Ceni; Cafu, Lúcio, Roque Júnior e Silvinho; Emerson, Vampeta, Juninho Paulista e Ronaldinho Gaúcho; Christian e Romário. Ronaldinho, que espera uma definição sobre seu futuro, garantiu estar bem fisicamente. Ele retorna à seleção depois do fiasco na Olimpíada de Sydney. "Venho treinando no campo do Bangu; devo me apresentar em julho ao Paris Saint-Germain e, no primeiro semestre, atuar por um clube brasileiro." Seleção chega sem glamour nos EUA

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