Publicidade

Seleção embarca nesta segunda atrás do ouro olímpico

Técnico Dunga, no entanto, convive com vários problemas, como o corte repentino de Robinho

PUBLICIDADE

Por Luiz Antônio Prósperi
Atualização:

Dois anos depois de assumir o comando da seleção brasileira, Dunga volta ao centro do furacão. Dessa vez o desafio é a inédita conquista da medalha de ouro olímpica. Tarefa que pode dar ao técnico sobrevida ou a sentença final no comando da seleção principal. Veja também:  Robinho afirma que não vai aos Jogos Olímpicos de Pequim  Hernanes: 'Persigo a medalha de ouro há oito anos' A missão começa nesta segunda-feira com o encontro dos jogadores em Paris e passa por Cingapura no trajeto até Pequim, que espera-se seja o destino final. Por opção própria e interferência de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, Dunga leva 18 jogadores para a empreitada - 5 atuando no futebol brasileiro e 13 na Europa. Três têm idade acima de 23 anos: Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Thiago Silva. Quando decidiu pela maioria dos jogadores que atua fora do Brasil, Dunga sabia que teria um grupo fora das condições físicas ideais. E, pior, sem tempo para colocar a turma em forma. Ronaldinho Gaúcho, a grande estrela da seleção olímpica, há mais de quatro meses não disputa uma partida oficial. Com exceção de Diego Alves, Anderson, Diego, Robinho (este cortado nesta segunda por causa do Real Madrid, que não o liberou) e Pato, que participaram dos jogos (em meados de junho) da seleção principal contra Paraguai e Argentina, a maioria está de férias desde 17 de maio. Apenas Alex Silva e Hernanes (São Paulo), Thiago Silva e Thiago Neves (Fluminense) e o goleiro Renan (Internacional), que atuam no futebol brasileiro, estão em plena atividade servindo seus clubes. Diante de um grupo tão heterogêneo, a comissão técnica da seleção olímpica terá de se desdobrar para deixar os jogadores nas pontas dos cascos até a estréia do Brasil na Olimpíada, no dia 7 de agosto, contra a Bélgica. Não será fácil. Apesar da ótima qualidade do grupo, faltou à seleção melhor organização. Carlos Alberto Parreira disse na semana passada que Dunga leva para Pequim jogadores de muito talento, expoentes em seus clubes na Europa, mas sem um plano bem elaborado. "Falta projeto à seleção olímpica. Aliás, o Brasil nunca teve um projeto para o futebol na Olimpíada." Dunga pode pagar caro por essa improvisação. Alvo de muitas críticas e sob forte pressão, após os resultados ruins da seleção principal pelas Eliminatórias, o treinador só escapa da degola se voltar com a medalha pendurada no pescoço. Ricardo Teixeira deu ao treinador dois astros de primeira - Ronaldinho e Robinho - para os Jogos de Pequim. E o recado: se vire. Na próxima quinta-feira, a seleção fará o seu primeiro treinamento na Ásia. No domingo, às 9 horas de Brasília, disputa um amistoso contra a seleção de Cingapura. Antes de embarcar para a China, o Brasil deve disputar outro amistoso: contra o Vietnã, dia 1.º de agosto, em Hanói. A CBF receberia US$ 450 mil pelo jogo. O Brasil está no Grupo C do torneio de futebol, ao lado da Bélgica, China e Nova Zelândia. A estréia será contra a Bélgica, em Shenyang. Dia 10, enfrenta a Nova Zelândia, ainda em Shenyang. Dia 13 pega a China, em Qinhuangdao.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.