A seleção norte-americana feminina de futebol foi eleita 'atleta do ano' pela revista Time nesta quarta-feira, dois dias depois de Megan Rapinoe ser nomeada a personalidade esportista de 2019 pela Sports Ilustrated e falar de sua vontade em ajudar na corrida presidencial de 2020, contra a possibilidade de Donald Trump concorrer à reeleição.
“Acho que a coisa mais importante é tirar aquele maníaco da Casa Branca”, disse Rapinoe à Reuters. “Se tiver que bater em portas para levar as pessoas a votarem, estou dentro."
Campeã da Copa do Mundo da França com a seleção norte-americana, Megan causou a ira do presidente dos EUA durante a campanha da equipe no torneio, quando um vídeo no qual disse que não visitaria a Casa Branca se o time vencesse o torneio, veio à tona.
Rapinoe foi apenas a quarta mulher a receber o prêmio em seus 66 anos de história. A jogadora se junta as tenistas Chris Evert e Serena Williams, e a corredora Mary Decker como as únicas mulheres a conquistá-lo, além da seleção feminina dos EUA.
Importância da seleção
A importância da seleção norte-americana feminina de futebol vai além de seus quatro títulos de Copa do Mundo. O time tem papel fundamental na luta pela igualdade entre atletas homens e mulheres nos EUA.
As jogadoras apresentaram em um tribunal federal uma ação contra a federação por discriminação de gênero. Elas acusaram a USSF de "institucionalizada discriminação de gênero", o que inclui o fato de elas não receberem os mesmos salários que os seus colegas da seleção masculina.
Na última negociação de seu contrato coletivo há dois anos elas exigiram um pagamento equitativo. "Eu acho que muitas pessoas olham para nós, na seleção, a voz coletiva que temos e o que defendemos, como fonte de inspiração e força. Nos veem como aliadas nesta luta transcendental pela igualdade e pelos direitos humanos", disse a atacante Megan Rapinoe.
Além da remuneração, a equipe aborda diferenças na forma de treinamento, que recebem tratamentos médicos, e até na maneira que são transportadas para os jogos.