Seleção pede apoio, mas veta torcida

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Por Agencia Estado
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Se depender do comportamento da direção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos membros da comissão técnica, o relacionamento, já tradicionalmente não muito amistoso, entre a seleção brasileira e a torcida paulista promete continuar sendo bastante tumultuado. Nesta segunda-feira à tarde, no primeiro dia de treinamentos da equipe em Jarinu, os torcedores que estiveram presentes na Estância Santa Filomena para assistir ao treinamento foram barrados, provocando aglomeração e muitos protestos no portão de entrada do local. As informações que chegavam dos responsáveis pela segurança da equipe de Emerson Leão eram de que apenas pessoas autorizadas e credenciadas poderiam entrar e que a permissão para torcedores não era cogitada entre a cúpula da entidade. O resultado: frustração, descaso e decepção, nada bom para um time que foi derrotado pelo Equador por 1 a 0, na última rodada das eliminatórias, precisa reabilitar-se na competição e pede o apoio dos brasileiros. "Vamos precisar do incentivo do torcedor", afirmou Romário. Nem a necessidade do apoio do público paulista fez Leão abrir mão d o sistema que vem implantando na seleção desde que assumiu o cargo, no fim do ano passado. Um segurança montado em um cavalo vasculhava os arredores da Estância em busca de jornalistas e torcedores que poderiam tentar entrar clandestinamente. Essa incoerência da comissão técnica foi o que mais irritou a torcida. "Eles sempre fazem aqueles discurso de que precisam do apoio dos torcedores brasileiros. Mas nos tratam dessa forma desrespeitosa", revoltou-se Maria do Carmo Zafonatto. "Que perigo essas pessoas aqui fora poderiam levar aos jogadores ou ao Leão?", indagava. Ao seu lado, a amiga Lia Goulart, que havia chegado de Porto Alegre, criticava a arrogância demonstrada pelo treinador. "Ele está precisando olhar para trás, aquele tempo em que era jogador, e mudar essa atitude arrogante", observou. Já o estudante Leonardo Augusto Pinto Mariano, que foi a Jarinu apenas para pegar um autógrafo do goleiro Rogério Ceni, resumia seu sentimento. "Isso é ridículo. Estou totalmente decepcionado." Entre tanta desilusão, a que mais chamou a atenção de todos que acompanhavam a movimentação do lado de fora foi a do garoto Alan Georges Navia, de 14 anos. Morador de Campo Largo - pequena cidade próxima a Jarinu - ele percorreu 10 quilômetros de bicicleta para ver seus ídolos. Mas parou no portão do hotel. "Estou muito triste e não sei para que isso", indagou. "Quer saber? Vou torcer agora para o Peru."

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