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Seleção: preocupação com a segurança

Pela primeira vez desde que chegou a Cali, a equipe terá de se deslocar dentro do território colombiano. E com um agravante: parte do trajeto será percorrida por via terrestre.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 24 horas do jogo contra Honduras, que vai definir se o Brasil chega ou não às semifinais da Copa América, a preocupação da delegação brasileira, pelo menos neste domingo, não é o adversário, mas sim a segurança de seus integrantes. A explicação é simples. Pela primeira vez desde que chegou a Cali, a equipe terá de se deslocar dentro do território colombiano. E com um agravante: parte do trajeto será percorrida por via terrestre. De acordo com a programação oficial da seleção brasileira, que entre os jornalistas já é conhecida como ´previsão do tempo´ (pois está sempre sujeita a chuvas e trovoadas), o Brasil deve seguir de Cali para Pereira neste domingo, após o treino da tarde. A ida para Manizales aconteceria segunda-feira, com chegada prevista ao Estádio Palo Grande, local do jogo contra Honduras, apenas uma hora e meia antes do horário da partida. É exatamente essa segunda parte da viagem que está preocupando a equipe da Polícia Federal (PF) que está acompanhando a delegação desde o embarque em São Paulo. Segundo o delegado da PF e comandante do grupo de cinco oficiais brasileiros que está na Colômbia, Alberto Lasserre, um percurso terrestre sempre desperta mais atenção. "É um momento em que é necessário ter cuidados extras, sobretudo com ações de guerrilha", afirmou. Para evitar qualquer tipo de problema, já foi traçado um plano de segurança entre as equipes da polícia brasileira e colombiana. A principal operação a ser realizada será, como é chamada no jargão dos policiais, uma ´varredura´ em todo o trajeto de, aproximadamente, 50 quilômetros de estrada que liga as duas cidades da região cafeteira. "Esse procedimento é feito duas vezes", disse Lasserre. "O primeiro ocorre 24 e o segundo duas horas antes de a comitiva passar pelo local." Detalhes - Por questões de segurança, os agentes brasileiros evitam comentar os detalhes que envolvem uma operação como esta. Qualquer atitude diferente desta seria como armar eventuais inimigos. Mas a preocupação com movimentações terrestres é básica na cartilha desses profissionais. Enquanto por via aérea ou marítima o trecho a ser percorrido é pouco vulnerável, seja por estar a quilômetros de altitude ou no meio do mar, em terra a situação é mais complicada. Numa estrada, por exemplo, qualquer parte pode ser utilizada como ponto para uma ação terrorista. Locais como túneis e pontes são os mais sensíveis. E não é necessário ser um especialista para saber disso. Qualquer filme de ação ou guerra de Hollywood retrata essa realidade. Para isso, a maior parte do efetivo de 3200 policiais colombianos que estavam em Cali foi deslocada para Pereira e Manizales. A idéia dos responsáveis pela coordenação da segurança é de manter o esquema adotado na primeira fase. "Na nossa avaliação, o trabalho da polícia local foi muito bom nos três primeiros jogos da seleção", avaliou Lasserre. "Eles se mostraram atenciosos o tempo todo e sempre acataram nossa sugestões." PRECAUÇÃO - Embora exista um aeroporto em Manizales, a comissão técnica da seleção brasileira optou por descer em Pereira. Segundo informou o delegado, a escolha foi feita pelos constantes problemas de teto. A cidade está a 2100 metros de altitude, numa região de clima frio e com muita neblina. "Freqüentemente há atrasos de aviões porque o tempo não permite o pouso", afirmou Lasserre. "Então, como eles desejam chegar ao estádio uma hora e meia antes da partida por causa do problema da altitude, houve o consenso de que seria melhor pousar em Pereira para não correr risco de atraso."

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