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Seleção só ganha quando sua federação é profissional, alerta Infantino

Presidente da Fifa utiliza Croácia como exemplo de que o futebol está mais globalizado atualmente e defende Copa com 48 seleções

Por Jamil Chade e Moscou
Atualização:

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse nesta sexta-feira que para um time ir bem dentro de campo na Copa do Mundo, é necessário que a gestão do futebol em seu país funcione. Ele ainda destacou que a presença da Croácia na final da Copa do Mundo é uma prova de que não existem mais "grandes e pequenos" no futebol.

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"Existe apenas a qualidade dos onze jogadores em campo", disse. Em sua coletiva de imprensa de encerramento do Mundial, o cartola insistiu que uma final com Croácia e o bom desempenho de Bélgica "dá esperança a todos" os demais países de que eles também podem chegar longe numa Copa. "A Croácia não é exatamente um centro do poder do futebol mundial. Mas isso mostra a atitude profissional e a forma de operacionalizar o futebol", disse.

Gianni Infantino, presidente da FIFA Foto: Felipe Trueba / EFE

O cartola, porém, insistiu na necessidade de uma gestão profissional do esporte para que seleções possam ter êxito. "Tem que funcionar bem fora de campo para que no campo as coisas possam ir bem", declarou.

Um dos problemas que ele diz enfrentar é na África, onde a Fifa promete intervir para começar a andar as federações, hoje tomadas por escândalos. Questionado sobre a força da Europa, que conquistará sua quarta Copa consecutiva, Infantino insistiu que a questão se refere em como investir o dinheiro do futebol.

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"Temos que trabalhar em todo o mundo. Não é só distribuir dinheiro. Mas o usar de forma adequada", disse. "Precisamos garantir que esse dinheiro seja distribuído de forma certa, para fortalecer os times de base, criar novas competições", defendeu.

Segundo ele, a Fifa vai multiplicar por quatro os investimentos no futebol. Mas alerta que vai controlar o destino dos cursos. "Em outros continentes, se tivermos mais investimentos para treinar, certamente teremos mais surpresas no futuro", disse.

Infantino, porém, questionou se o futebol era mais equilibrado no passado. "Tínhamos vencedores da América do Sul e Europa", ponderou. Conforme ele já havia revelado ao Estado há duas semanas, os resultados em campo mostram, na realidade, que o futebol está mais globalizado.

Uma vez mais citando a Croácia, ele destaca que sua presença na final revela que, mesmo num país pequeno, a qualidade está presente. "Isso mostra que o bom futebol está sendo jogado de forma ampla", disse.

AMPLIAÇÃO

As surpresas na Copa também serviram de argumento para que Infantino defendesse um Mundial com 48 seleções, inicialmente programado para ocorrer em 2026. "A qualidade aumentou em todo o mundo. Neste ano, seleções como a do Chile, Holanda, Camarões, Itália, Estados Unidos e Turquia não estão presentes", apontou.

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Citando o exemplo do Panamá, ele ressaltou também que a participação de um país numa Copa é o maior fator de incentivo para o futebol naquele local. Para ele, não está encerrado o debate sobre uma ampliação da Copa para 48 seleções já em 2022. Mas primeiro o assunto terá de ser lidado com o Catar. "Se todos estiverem de acordo, podemos avaliar essa expansão", disse.

Infantino não esconde que ainda espera que possa haver um acordo regional para que parte de um Mundial com 48 times possa ocorrer em outras partes do Golfo.

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