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Seleção: um dia cheio de problemas

Por Agencia Estado
Atualização:

A Seleção Brasileira sofreu nesta segunda-feira uma série de problemas em Leverkusen. Incômodos que a comissão técnica havia previsto, mas não imaginava tão prematuros. Belletti, cortado. Cicinho, em teste, promovido a titular sem esperar. Maicon, de férias, convocado às pressas. Emerson e Ronaldinho, com dores musculares, poupados. E o sinal de alerta para novas contusões. Sobrou para Carlos Alberto Parreira que havia projetado a Copa das Confederações para dar lustro na Seleção. Chateado, bateu duro contra o calendário da Fifa. A frustração de Parreira ficou evidente depois do treino da tarde. Era o encerramento de um dia tenso. Tudo começou com Belletti, que no domingo à tarde havia reclamado de uma tendinite. O médico da Seleção, José Luís Runco, submeteu o jogador a exames nesta segunda-feira, e constatou uma inflamação aguda no tendão de Aquiles do pé direito. Runco não queria cortar de imediato o lateral do Barcelona. Este era o seu pensamento de manhã. À tarde, mudou de idéia. Runco contou como foi o procedimento da comissão técnica. ?O jogador continuou sentindo dores e disse que estava sem confiança. Convocamos um médico da Fifa para ver o laudo do Belletti, que deve ficar em recuperação no mínimo dez dias. O médico autorizou a troca de atletas. Por isso desconvocamos o Belletti?. Belletti cortado. A comissão técnica começou a correr atrás de um lateral-direito. Maicon (ex-Cruzeiro), do Monaco, era a primeira opção. Aonde encontrar Maicon, de férias no Brasil? Américo Faria, supervisor da Seleção, disparou o celular, se entendeu com o Monaco e localizou o atleta. ?O Maicon era a opção natural, uma vez que fez a Copa América (2004) com a gente. Ele estava de férias, uns dez dias no máximo. Como tem um preparo físico excepcional, não vejo problemas?, explicou Parreira. Resolvida a questão da lateral, o treinador adiantou que Cicinho será o titular. ?A Copa América serve para isto também. Colocaríamos o Cicinho em um ou dois jogos, agora ele terá quatro, cinco jogos para atuar.? Cicinho agradeceu a chance. ?Pedi a Deus uma oportunidade na Seleção e Ele me concedeu?, disse o lateral do São Paulo. Parreira, na verdade, não queria escalar Cicinho de saída. Temia, e ainda teme, queimar o atleta. Esta é uma das suas dores de cabeça. A outra, quase insuportável, é perder jogadores importantes como Emerson e Ronaldinho, poupados do treino da tarde. Reclamaram de dores musculares. Runco garantiu que os dois serão liberados para a estréia contra a Grécia, quinta-feira, em Leipzig. ?Estamos tendo um cuidado muito grande. Como não temos os jogadores no dia a dia, não sabemos até onde podemos ir. Temos mais quatro, cinco jogadores se queixando de cansaço. Fizemos dois treinos intensos. Mas estamos atentos.? Atentos, porém, frustrados. Em especial, Parreira que pretendia medir forças contra Argentina e Alemanha na Copa das Confederações. E agora corre o risco de chegar às semifinais com a Seleção recheada de reservas. O perigo de novas contusões assombra o seu time. Por isso, o treinador dos pentacampeões pegou pesado contra a Fifa. ?A gente fica naquela expectativa. A competição não é bem colocada. Meter a Copa das Confederações nas férias dos jogadores não é o ideal. São muitas competições e isso acaba estourando nos jogadores. O calendário é muito intenso, os jogadores cada vez mais exigidos. Por isso as contusões começam a acontecer. Mas temos de jogar, vamos lá com todo o cuidado.? Alerta, a palavra exata. Parreira e seus assessores da comissão técnica estão ansiosos. A Seleção Brasileira corre o risco de perder pedras preciosas, antes mesmo da cerimônia de abertura das Confederações.

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