Sem acordo por direitos iguais, equipe feminina dos EUA mantém ameaça de processo

Campeãs mundiais não conseguem ser atendidas em reclamações por premiação e condições de trabalho no país de Donald Trump

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Terminou sem acordo na noite de quarta-feira, em Nova York, mais uma tentativa de conciliação entre a seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, que recentemente conquistou na França o título do Mundial, e a federação de futebol do país, a USSF (na sigla em inglês), na batalha fora de campo por premiações e condições de trabalho iguais às da equipe nacional masculina. Assim, as jogadoras lideradas por Megan Rapinou mantêm a promessa de levar o caso aos tribunais, alegando discriminação de gênero.

"Nós chegamos a essa semana de mediação com os representantes da USSF cheias de esperança. Hoje (quarta-feira), concluímos estes encontros dolorosamente desapontadas com a determinação da Federação de perpetuar fundamentalmente um comportamento e um ambiente de trabalho discriminatórios. Está claro que a USSF, incluindo seu Conselho de Diretores e o presidente Carlos Cordeiro, pretendem continuar compensando as jogadoras mulheres com menos do que os homens", informou nota oficial das jogadoras da seleção do país de Donald Trump.

Megan Rapinoe é o principal símbolo da luta das jogadoras da seleção dos EUA por melhores salários Foto: Brad Penner-USA TODAY Sports

PUBLICIDADE

"Não vão conseguir. Queremos que nossos fãs, patrocinadores, colegas em todo o mundo e mulheres de qualquer lugar saibam que nós estamos destemidas e vamos buscar avidamente por um julgamento no tribunal", encerrou o comunicado divulgado à imprensa ainda na noite de quarta-feira.

A USSF, também em nota oficial, informou que deseja chegar a um acordo com a seleção feminina sem a necessidade de levar o caso à Justiça.

"Já dissemos várias vezes que nosso objetivo é encontrar uma solução. Durante a mediação, esperávamos ser capazes de abordar os problemas de maneira respeitosa e chegar a um acordo. Infelizmente, em vez de permitir que a mediação proceda de maneira atenciosa, o conselho dos demandantes adotou uma abordagem agressiva e, em última instância, improdutiva, que se segue depois de meses de apresentação de informações enganosas ao público, em um esforço para perpetuar a confusão. Nós sempre sabemos que podemos fazer mais", afirmou a federação.

 

"Valorizamos nossas jogadoras e temos continuamente mostrado isso, fornecendo-lhes compensação e apoio que excedem qualquer outra equipe feminina no mundo. Apesar das declarações inflamadas de seu porta-voz, que tem a intenção de pintar nossas ações de forma imprecisa e injusta, somos destemidos em nossos esforços para continuar as discussões de boa fé", concluiu a nota oficial.

As jogadoras da seleção norte-americana deixaram claro antes de embarcar para a França que buscavam mais do que um troféu, mas sim direitos iguais em campo, e que usariam a exposição no Mundial como plataforma política. Em março, no Dia Internacional da Mulher, 28 jogadoras decidiram processar a federação americana de futebol para pedir salários iguais aos dos jogadores. Elas alegam que jogaram 19 partidas a mais do que a seleção masculina em um período de três anos, gastaram mais tempo em viagens, treinos e coletivas de imprensa, mas mesmo assim recebem o equivalente a 38% da remuneração paga aos homens.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.