SEM JOGAR, RUBINHO TEM PAPEL IMPORTANTE NA CAMPEÃ JUVENTUS

'Parceiro' de Buffon e orientador de Pogba, goleiro conta como ajuda no desenvolvimento dos companheiros na tetracampeã italiana

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Por Renan Fernandes
2 min de leitura

São muitos os casos de jogadores brasileiros que não conseguem se adaptar ao futebol europeu, perdem espaço no time e acabam voltando ao País com sentimento de derrota. Os motivos para explicar essa situação são os mais variados: língua estranha, cultura diferente, saudade dos amigos, comida sem graça, estilo de jogo... Independentemente disso, uma coisa é certa: jogador brasileiro não aceita o banco de reservas. Parece uma ofensa por parte de qualquer técnico não usar como titular um atleta que nasceu no País cinco vezes campeão do mundo. Na contra mão desse cenário, o goleiro Rubinho, com passagem por todas as categorias de base de seleção brasileira, acaba de se tornar tricampeão italiano pela Juventus jogando apenas um jogo oficial nos últimos três anos. Mas qual seria a função no time de alguém que disputa vaga com Buffon, eleito pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) o melhor camisa 1 dos últimos 25 anos? Com a palavra, o próprio Rubinho: "Na verdade, não tem concorrência aqui. Meu lugar dentro do plantel, dentro do grupo da Juventus, é muito claro e específico. Eu sou uma peça fundamental para a saúde do vestiário, como eles (dirigentes e técnicos) dizem por aqui. Nós fazemos muitos treinos e sou aquele cara que tem de criar a maior dificuldade possível para os atacantes, para os meio-campistas. Tenho de orientar os zagueiros nos treinos como se eles estivessem numa partida."

Rubinho foi revelado pelo Corinthians Foto: Divulgação

Mesmo que Rubinho, irmão do ex-jogador Zé Elias, não esteja dentro de campo em grande parte da temporada, sua dedicação nos treinos técnicos e táticos da equipe italiana acaba tendo reflexo nas partidas, seja debaixo das traves, já que Buffon não precisa participar dos coletivos - ele faz trabalhos voltados apenas para a partida -, ou nos próprios gols marcados. "Jogadores como Tevez e Pogba me chamam para fazer um chute a gol ou para treinar domínio na saída de bola. Essas situações acabam acontecendo no jogo depois. Isso é muito gratificante para mim." Quando perguntado sobre qual seu maior momento pela Juventus, o brasileiro de 32 anos, com passagens pelo Corinthians, prefere exaltar seus feitos coletivos. "Talvez meu melhor momento na Juventus tenha sido quando ficava com o Pogba 20, 30, 40 minutos no fim da atividade, treinando pênaltis e dando conselhos a ele. Assistir o crescimento de um jogador me deixa muito feliz. É um menino que joga como um veterano e eu contribuí, mesmo que em pequena parte, para esse crescimento." Desenvolver os demais atletas e ter noção de leitura de jogo são características de um treinador, algo que Rubinho não descarta ser no futuro. "Eu participo de praticamente todos os treinos táticos, sou eu que tomo todos os gols (risos). Então, vejo todas as jogadas tanto para fazer o gol como para evitá-los. Creio que consegui absorver muito da parte tática, técnica e, se um dia precisar fazer, posso ajudar um futuro clube ou um treinador."